Cidades

Polícia apreende mais objetos furtados por porteiro da 312 Sul

Na segunda fase da Operação Cérbero, policiais civis apreenderam roupas, perfumes e algumas joias

Erika Manhatys*
postado em 28/08/2018 15:18
Objetos apreendidos durante segunda fase da Operação Cérbero
Em nova busca na casa de Mikael Barbosa da Silva, 23 anos, porteiro acusado de furtar itens de moradores do Bloco A da 312 Sul, a Polícia Civil do Distrito Federal achou novos artigos levados no mesmo período em que os primeiros encontrados e apreendidos. A segunda fasa da Operação Cérbero foi deflagrada nessa segunda-feira (27/8). Agentes apreenderam roupas, perfumes e algumas joias.

Há duas semanas, a corporação cumpriu mandado de busca e apreensão contra o porteiro. O jovem foi acusado de furtar sete residências do condomínio onde trabalhava. Em sua casa, foram encontradas joias, óculos, celulares, roupas e itens de menor valor. Mikael confessou ter furtado todos os objetos apreendidos.
Ele ainda é suspeito de ter furtado cerca de 30 mil euros, quantia que um morador reportou estar desaparecida. O dinheiro ainda não foi encontrado. Ontem, a PCDF deflagrou a 2; fase da Operação Cérbero, após receber outras seis denúncias contra o porteiro.

Durante os quatro anos nos quais trabalhou no edifício, Mikael conquistou a confiança dos moradores. Em todos os casos, o porteiro teve acesso à chave do apartamento da vítima, como afirma Marcos de Carvalho, 55, filho de moradora e participante do conselho do condomínio. ;Ele invadiu exclusivamente a casa das pessoas que deixavam as chaves na portaria, tanto moradores quanto daquelas unidades que estão para alugar. Foi muito inesperado, quando o contratamos, ele tinha boas referências. É difícil acreditar, fica um alerta;, admite.

Considerado tranquilo e prestativo, o rapaz era bem quisto tanto pelos condôminos quanto pelos colegas de trabalho. Marlene Salomé, 39, é funcionária do bloco e diz que ninguém desconfiava da conduta de Mikael. ;Ele sempre foi muito simpático, ajudava os moradores sempre que precisavam. Ficamos abismados quando soubemos que era ele quem estava furtando, porque convivíamos e ele nunca demonstrou más intenções.;
A ação de busca e apreensão é resultado de seis novas denúncia de moradores

Uma das residências foi invadida enquanto a dona viajava. A filha da vítima, que não quis se identificar, conta que Mikael nunca aparentou representar um risco. ;Minha mãe tem 90 anos e mora sozinha, quando ela relatava que havia sumido alguma coisa de casa, nós até pensávamos ser um esquecimento da idade. Porém, ela repetidamente dizia que faltava algo em casa, primeiro o celular e depois algumas joias.;
A filha afirma que a família notou que havia algo errado quando a fatura do cartão de crédito chegou, constando compras de altos valores em uma loja de Águas Lindas, local de moradia de Mikael. ;Ele encontrou o cartão da minha mãe junto com a senha em uma gaveta e fez compras caríssimas. Não dá para acreditar que uma pessoa tão bondosa e prestativa seria capaz de fazer uma maldade grande como essa, principalmente fazendo idosos como vítima. É revoltante;, lamenta.

Abuso de confiança

Mikael responde por 13 furtos qualificados por abuso de confiança, cuja pena varia de 4 a 8 anos para cada uma das ocorrências, o dobro do furto comum. O delegado responsável pela investigação, João Ataliba Neto, da 1; Delegacia de Polícia (Asa Sul), esclarece que o acusado aguardará o julgamento em liberdade.
;Na primeira fase, pedimos mandado de prisão preventiva contra Mikael, mas o juiz entendeu que não havia os requisitos necessários à ação. Desta vez, pedimos somente mandado de busca e apreensão, para incluir as seis novas acusações no inquérito.; Ataliba explica que não houve um caso novo, os itens encontrados pela polícia haviam sido furtados na mesma época que os anteriormente apreendidos.

O delegado afirma que o porteiro sabia que estava sendo investigado e que colaborou com a investigação, confessando os sete primeiros furtos. ;Quando encontramos a grande quantidade de objetos que não condiziam com os ganhos de Mikael, ele afirmou que havia invadido as residências, sem violência e com a chave das vítimas. Ele alegou que passava por necessidades financeiras, que precisava pagar as prestações do seu apartamento e, por isso, fez o que fez;, conclui Ataliba.
* Estagiária sob supervisão de Mariana Niederauer

Tags

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação