Cidades

"Vamos universalizar o acesso a creches no DF", promete Rollemberg (PSB)

Em debate promovido pelo Correio e pela TV Brasília, o atual governador e candidato à reeleição respondeu sobre o índice de rejeição a seu governo e fez promessas nas áreas de educação e da saúde do DF

Mariana Fernandes
Mariana Fernandes
postado em 28/08/2018 21:42
Rodrigo Rollemberg (PSB) no debate com candidatos ao Buriti
Candidato à reeleição ao governo do Distrito Federal pelo PSB, o governador Rodrigo Rollemberg afirmou, nesta terça-feira (28/8), em debate no Correio Braziliense, que vai "universalizar" o acesso a creches na cidade a partir da criação de 16 mil vagas. Além disso, prometeu à população um aumento na cobertura da saúde pública, expansão no metrô e no BRT. "Foi muito difícil enfrentar a crise que vivemos. Foram muitas madrugadas em claro. Mas reconhecemos nossas falhas e sabemos que muito foi feito pelo DF;, disse.

O debate foi realizado em quatro blocos. No primeiro, Rollemberg respondeu sobre uma suposta rejeição de seu governo atual. "Eu quero dizer que, hoje, a rejeição na política é generalizada. A população tem razão, diante de todos os escândalos que acontecem. Nós fizemos tudo o que precisava ser feito para colocar a casa em ordem. Pegamos a maior crise política do país e fizemos o que tinha que ser feito;, argumentou.
O governador atual afirmou ainda que não foi possível fazer tudo o que foi prometido, porém, preza por uma "política de honestidade". "Recebemos a cidade com R$ 3,5 milhões de dívidas (que já pagamos todas) e R$ 3 milhões no buraco do orçamento. Isso nos obrigou a tomar medidas para colocar a casa em ordem. Com a casa arrumada, conseguirei fazer muito mais;, afirmou.

No segundo e terceiro blocos, o atual governador rebateu críticas feitas ao longo do debate: "Neste momento estamos com a menor taxa de homicídios e implantamos o bilhete único. Estou impressionado com tanta má-fé, desconhecimento e tanta demagogia. O projeto que existe é do BRT, que está aprovado no Ministérios das Cidades e vamos implantar". Ele ainda citou a obra com 28 pontes e viadutos que disse que será concluída ainda em seu governo.

No último bloco, momento de considerações finais entre os candidatos, Rodrigo Rollemberg agradeceu a oportunidade e considerou um embate difícil. "Foram muitas madrugadas em claro pensando em como pagar os servidores públicos, os terceirizados", relembrou. "Com humildade, peço um voto de confiança", finalizou.
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Excesso de gastos no governo

O socialista aproveitou um questionamento de Alberto Fraga para se defender de acusações de que, em seu governo, gastou com helicópteros à sua disposição e com carros utilizados por órgãos. "Olha a diferença entre nós. Eu como senador não gastei nem um real com verba indenizatória, e no meu governo helicóptero serve para fazer transporte de órgão e combater a grilagem de terras, essa é a diferença entre eu e você, Fraga", respondeu Rollemberg. ;Você não gastou nem um real, mas, em compensação, não trouxe um real para o GDF;, disparou Fraga, em contrapartida.

Posição política

No segundo bloco do programa, o candidato petista Julio Miragaya escolheu Rollemberg para confrontar. Ele citou o discurso que o candidato usou para ganhar as eleições em 2014, dizendo que ele mudou o rumo. "Você apoiou Aécio no segundo turno, você apoiou o golpe contra a presidente Dilma, você apoia Temer nas propostas. A população quer entender: quem é o Rodrigo Rollemberg de hoje?"

Em resposta, o atual governador disse que é o mesmo político coerente e que é "caso raro nesse país". "São 33 anos no mesmo partido. Quero dizer que quem mudou foi o PT. O nosso governo é um governo para os que mais precisam, qual foi o governo que teve a coragem de enfrentar os poderosos e liberar a Orla do Lago Paranoá? O lago é a nossa praia. O nosso governo está transformando a vida das pessoas e transformando para melhor", afirmou.

Aumento para servidores

Ainda no segundo bloco, os candidatos Rogério Rosso e Rodrigo Rollemberg chegaram a bater boca durante o debate ao falarem sobre o tema de reajustes salariais. Rollemberg criticou a promessa de Rosso sobre garantir paridade dos salários da Polícia Civil e da Polícia Federal e também sobre o pagamento da terceira parcela do reajuste salarial a servidores públicos de 2019.

O socialista disse que a promessa de Rosso era "uma demagogia", e que o candidato do PSD só conseguiria cumpri-la "se tivesse como secretário de Fazenda o Mágico de Oz ou o Papai Noel". "Se todos esses aumentos forem concedidos, será um impacto de R$ 4 bilhões no orçamento. O DF quebra", afirmou o governador.

Rogério Rosso, em réplica, disse que Rollemberg é um "mentiroso". "Quem faz a conta e fez a conta são os servidores de carreira da área de fazenda e planejamento. É importante que a cidade saiba que o senhor não está fazendo a conta direito. Talvez seja por isso que estejamos vivendo o maior caos de serviços público do DF. Você deveria ter criado a secretaria de captação de recursos", pontuou.

Em resposta, Rodrigo Rollemberg (PSB) rebateu Rosso e fez críticas: "Candidato, quem está mentindo é você. Tenho o maior respeito e gratidão e todo o trabalho nesse período que nos ajudou a arrumar a casa. Mas sei que vocês não acreditam. Você não foi capaz de cortar o mato, no fim do seu governo, o mato estava quase da sua altura. Isso está me parecendo um outro candidato que disse ia resolver o problema da saúde em três meses".

Após pedir direito de resposta, o socialista voltou a afirmar que os números que citou sobre os gastos são verdadeiros e manifestou apreço aos servidores públicos. "Fizemos programas de qualificação profissional, instituímos a licença-paternidade, contratamos 12 mil servidores e, no momento adequado, vamos fazer a recomposição salarial dos servidores públicos".

Saúde

O governador atual disse que, em seu governo, o dinheiro não está indo para o bolso de ninguém e sim para obras importantes como a do Hospital da Criança. "Nosso governo é o governo dos que mais precisam. Você não imagina minha alegria de perceber que ações do meu governo estão transformando a vida de pessoas", disse. O postulante lembrou que utilizou R$ 6 milhões para construir o hospital e fez isso em vez de gastar com estádios de futebol.

Rollemberg criticou também a fala de outros candidatos, que citaram a privatização do Hospital de Base. "Ele é totalmente público e é um hospital que está melhorando a cada dia. Eram 107 leitos fechados, que já foram reabertos. Hoje, existem 11 salas de cirurgia funcionando, estamos comprando medicamentos em dia. Estamos fazendo tudo isso para não voltar a ter um governo como o passado", comentou.

Emprego

Rollemberg se defendeu de críticas de que, em seu governo, nada está funcionando e afirmou que existem projetos concretos para a criação de novos empregos e melhorias para a população. ;Vamos continuar trabalhando. Existe um projeto do BRT. Assim que tivermos a liberação dos recursos, vamos implementar. Vamos implementar também 28 pontes e viadutos no DF;, disse. Todas estas obras públicas são, segundo o governador, oportunidades de novos empregos.

Reforçou também o discurso de contenção de gastos e arrumação da casa que, segundo ele, gerou recursos para a expansão do metrô a Samambaia e promoverá também a geração de novos empregos.

Habitação

Em confronto com o candidato Alberto Fraga, Rollemberg falou sobre a distribuição de escrituras à população e sobre a regularização de condomínios no DF. "Nada como ver a alegria das pessoas em receber suas escrituras. Isso traz valorização do patrimônio. Nós entregamos mais do que em todos os outros governos antes de nós",disse. Ele lembrou também a regularização de condomínios no DF. "Mais de 100 condomínios serão regularizados. Mais de 7 mil família terão tranquilidade. Estamos crescendo um DF regularizado e legal", afirmou.

Mesmo após crítica de Fraga, que o acusou de crueldade e maldade ao dizer que o governador "acabou com o sonho de moradia das pessoas", Rollemberg disse que está garantindo uma cidade ordenada. "Estamos regularizando também 130 igrejas", completou.

Meio ambiente

O postulante ao GDF lembrou o fim do Lixão da Estrutural e afirmou que a medida garantiu melhorias para os trabalhadores do local e proteção ao meio ambiente. "Levamos os catadores que corriam riscos e disputavam seu sustento com urubus. Hoje, eles trabalham com dignidade e com equipamentos de proteção, recebendo pela separação do lixo e contribuindo para o meio ambiente", disse.
Assista à íntegra do debate:
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