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No primeiro dia de campanha em TV e rádio, candidatos usam táticas diversas

No primeiro dia da propaganda gratuita, candidatos ao Executivo local usam táticas diferentes para conquistar o eleitor no Distrito Federal. As estratégias exploram vínculos familiares, histórico na cidade e críticas aos adversários no pleito

Ana Viriato
postado em 01/09/2018 07:00
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A campanha chegou à casa do brasiliense. Os candidatos ao GDF iniciaram, ontem, as aparições na tevê e no rádio no horário reservado à propaganda gratuita. A maioria dedicou os primeiros minutos de contato com a população à apresentação de feitos e históricos, conforme a tradição. No modelo de abordagem, valeu de tudo: espaço para familiares, imagens do corpo a corpo e, até mesmo, repente. Nos próximos 33 dias, as transmissões tendem a ser mais propositivas e críticas.

Alberto Fraga (DEM) optou pela informalidade. Enquanto, ao fundo, uma música inspirada na canção Faroeste Caboclo, da Legião Urbana, narrava a trajetória e as ações do candidato na Câmara dos Deputados e na Secretaria de Transporte do DF, com colagens de fotos. No vídeo, o candidato relembra a época em que comandou o Batalhão da Polícia Militar de Ceilândia ; a cidade está entre os maiores colégios eleitorais do DF. Fez menção, ainda, às principais bandeiras. ;Quando queriam o cidadão rendido e o bandido de arma na mão, na votação contra o desarmamento, nosso Fraga liderou a reação;, destaca o repente.

O advogado Ibaneis Rocha (MDB) estreou como ;o cara que, sem medo, de peito aberto, decide enfrentar os poderosos políticos de sempre;, enquanto aparecia, em gravação de arquivo, com um adesivo do ex-vice-governador e candidato a deputado federal Tadeu Filippelli (MDB) no peito. O segundo vídeo apontou que, ;entra eleição, sai eleição, são sempre os mesmos políticos profissionais; sempre as mesmas figurinhas repetidas;. Além disso, figuras mostravam os rostos de Rogério Rosso (PSD), Alberto Fraga (DEM), Eliana Pedrosa (Pros) e Rodrigo Rollemberg (PSB). ;Mudar a história desta política de sempre está na sua mão;, emenda.

Rosso, que integra o partido do vice-governador Renato Santana, foi o único a partir para o ataque. Na primeira aparição, o parlamentar emendou críticas à atual gestão e afirmou que, no DF, ;emprego, transporte, educação, segurança e saúde estão em estado de calamidade pública;. Na contramão dos demais concorrentes, o ex-governador não explorou o próprio histórico, limitando-se a dizer que vive em Brasília há 48 anos.

Rollemberg, candidato à reeleição, usou o espaço para destacar feitos da gestão e reforçar o discurso de combate à corrupção. ;Com a experiência que a gente tem, com o conhecimento que a gente tem, da máquina e das pessoas que podem nos ajudar a governar, teremos condições de fazer muito mais por Brasília;, diz, em um trecho.

Eliana Pedrosa optou por dar um tom familiar à primeira participação no horário eleitoral ; as gravações ocorreram na casa da ex-distrital. Nas telas, deu voz à filha e à mãe. Os netos também aparecem. A candidata destacou a importância da experiência como matriarca. ;Quando a gente é mãe ou pai, seu ego fica menor e você enxerga mais. Começa a enxergar o mundo mais amplo. A sua responsabilidade, que vai muito além da sua casa;, alegou.

Fator Lula

Na primeira aparição no vídeo petista veiculado à tarde, o estreante Júlio Miragaya aparece, em caminhada ao lado de aliados, com uma blusa que estampa a imagem do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e os dizeres: ;Eleições sem Lula é fraude;. Ao fim do vídeo, ele e a vice da chapa, a agricultora familiar Cláudia Farinha, afirmam ser ;Lula Livre; ; as investidas visam atrair o eleitorado do ex-chefe do Palácio do Planalto, líder em pesquisas e preso na Operação Lava-Jato.

A professora da Faculdade de Ciências da Saúde da Universidade de Brasília (UnB) Fátima Sousa (PSol) tem a imagem estampada em uma embalagem de medicamento, ao lado da vice Keka Bagno, o qual combateria a hipocrisia e má gestão. ;Brasília tem remédio;, narra o vídeo. Com oito segundos, a propaganda do apadrinhado político do presidenciável Jair Bolsonaro (PSL), Paulo Chagas (PRP), fez um apelo. ;Não anule o voto. Não vote em branco. Decida. 44. General Paulo Chagas, governador;.

Em 4 segundos, Guillen (PSTU) pediu apoio nas urnas: ;Para governador, vote Guillen, 16;. Com o mesmo tempo, Alexandre Guerra (Novo) foi suscinto: ;Isso aí é tudo mentira. Tá cansado? Faz diferente. Vem comigo;, disse. Renan Rosa (PCO) não apareceu nas telas ; a reportagem não conseguiu contato com o candidato para saber o motivo.

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