Cidades

Rodoviários e metroviários ameaçam greve conjunta no Distrito Federal

A uma semana da paralisação anunciada, empresários e sindicatos do transporte coletivo ainda não chegaram a um consenso

Correio Braziliense
Correio Braziliense
postado em 17/09/2018 14:41

Metroviários e rodoviários anunciam, no início da semana da mobilidade, indicativo de greve no transporte público do DF

Os sindicatos dos metroviários e rodoviários do DF, em assembleias ocorrida nesse domingo (16/9), decidiram entrar em greve a partir da próxima segunda-feira (24/09). Apesar de as pautas serem diferentes, as paralisações simultâneas podem causar transtornos aos mais de 1 milhão de usuários do metrô e 700 mil que utilizam os ônibus todo dia.

Os metroviários pedem a nomeação de 301 aprovados no último concurso público, mudança na jornada de trabalho e o cumprimento do acordo coletivo. O sindicato afirma que a Companhia do Metropolitano sugeriu que apenas 16 dos aprovados no concurso fossem nomeados, o que a categoria não aceitou.

Os rodoviários querem reajuste salarial de 7%, valor superior aos 2,7% oferecidos pelas empresas do Sistema de Transporte Coletivo do Distrito Federal e o fim da jornada intermitente. Mas, segundo Jorge Farias, presidente do Sindicato dos Rodoviários, o maior problema é a chamada "pauta bomba da terceirização dos funcionários da manutenção, portaria e arrecadadores caia. Não vamos ceder, se mantiverem a terceirização, manteremos a greve".

Negociação

A Associação das Empresas de Transporte Público e Coletivo do DF (Transit), que representa as companhias Urbi e Piracicabana, afirma que, em sua contra proposta, a principal divergência entre as empresas e o sindicato era o valor do reajuste. A Transit afirma que não está de acordo com a terceirização das funções, como as empresas Marechal, São José e Pioneira sugerem.

Para evitar a greve, a Transit entrou com uma ação de tutela cautelar e a Justiça do Trabalho determinou que os serviços dos rodoviários sejam mantidos. A desembargadora Maria Regina Machado decidiu que os ônibus devem circular com, no mínimo, 80% da frota nos horários de pico e fixou multa de 100 mil reais por dia caso a ordem seja descumprida. A decisão não vale para os metroviários.

Mesmo recorrendo ao tribunal, o presidente da Transit, Barbosa Neto, espera resolver o imbróglio até a semana que vem: "Nós vamos, nesses próximos dias, continuar as negociações para tentar ter algo definido até segunda-feira".

A Transit ainda afirmou que não recorrerá à Secretaria de Mobilidade para pedir o aumento da tarifa técnica caso o reajuste seja maior que o esperado, mas ressaltou que "todo o aumento acima da inflação deve ser anuído pelo governo".

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