Cidades

Imigrantes venezuelanos chegam a Brasília e são instalados em abrigo

19 venezuelanos se mudaram para a cidade como parte do programa do governo do processo de interiorização. 2 irão se encontrar com familiares que já vivem aqui.

Sarah Paes*
postado em 21/09/2018 18:42
Na tarde de hoje (21/09) 19 venezuelanos chegaram a Brasília com a ajuda da Força Aérea Brasileira. Na tarde desta sexta-feira o avião C-99 da Força Aérea Brasileira (FAB) desembarcou em Brasília com 19 venezuelanos vindos de Roraima. Destes, 17 foram levados a um abrigo e dois vieram para reencontrar familiares.

A mudança se deve ao programa de processo de interiorização do Governo Federal, que está em sua 9; edição. Ao todo Brasília já recebeu 77 imigrantes como parte da ação do governo para que os estrangeiros que estão chegando pela fronteira do Brasil com a Venezuela sejam distribuídos para estados do restante do país. Roraima é o estado brasileiro mais impactado com as imigrações. Até esta sexta-feira (21/09), o total de 1976 imigrantes já foram deslocados do estado para outras localidades brasileiras.

Segundo a Casa Civil, o programa começou a 2 anos, porém, a implantação das mudanças de Roraima para outros estados brasileiros iniciaram apenas em fevereiro deste ano, após a visita do Presidente Michel Temer a Boa Vista (RR). Brasília começou a receber pessoas a partir da 5; etapa do processo. Em 24 de julho 50 pessoas foram alocadas no abrigo da Organização Não Governamental (ONG) Aldeias Infantis SOS.

O assessor da Casa Civil, Carlos Eduardo Fonseca explicou que na realidade existem diferentes tipos de fluxos migratórios para o Brasil e que a maior parte dos imigrantes que entram em Roraima pelo município de Pacaraima vem para o país em busca de trabalho e dinheiro, com intuito de voltar para a Venezuela, pois suas famílias ainda estão lá. ;Dessa forma o número de pessoas que realmente querem se mudar para cá é um grupo menor. O que a gente faz então é tentar criar condições para que estas pessoas se mudem com um mínimo de estrutura e acolhimento;, afirma o responsável pela comunicação do órgão. Ele ainda explica, que ao chegar ao Brasil, equipes da ONU fazem o atendimento dessas pessoas e providenciam para que elas tomem vacinas, façam o Registro Nacional de Estrangeiro (RNE), o Cadastro de Pessoas Físicas (CPF) e a Carteira de Trabalho para os que estão em idade laboral.

Os 71 refugiados que chegaram no Distrito Federal com o intuito de ficar possuem o perfil familiar. ;O abrigo em Brasília tem capacidade para 50 pessoas. As pessoas que chegaram hoje possivelmente ocuparam os lugares de outros estrangeiros que já se estabeleceram na cidade. Nós também ajudamos com a reunificação familiar, pois algumas pessoas já possuem parentes morando por aqui, mas como o transporte saindo de Roraima é bem complicado, a maioria só consegue sair de barco ou avião, então ajudamos no reencontro;, conclui Carlos Eduardo. Das 77 pessoas recebidas em Brasília, 6 fazem parte do processo de reunificação familiar, sendo que 4 são de uma mesma família que se reencontraram com parentes em Goiás.

Saindo de Roraima

Ao chegar no Brasil as pessoas são recebidas em Roraima por agências da ONU. A iniciativa conta com apoio da Agência da ONU para Refugiados (ACNUR), da Agência da ONU para as Migrações (OIM), do Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA) e do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD). Elas atuam nos abrigos e separam as pessoas de acordo com seus possíveis interesses no país. As ONGs fornecem informações aos estrangeiros a respeito dos estados brasileiros e suas características, para que as pessoas possam decidir para onde poderiam se encaixar melhor socialmente.

Desde o início do grande fluxo migratório de venezuelanos, o Governo Federal atuou com apoio técnico e financeiro ao estado de Roraima e aos municípios de Boa Vista e Pacaraima, cidades mais afetadas por serem as portas de entrada no país. O fluxo de imigrantes venezuelanos se intensificou no final de 2017.

Até o fechamento desta matéria não conseguimos contato com algum representante da ONG Aldeias Infantis SOS em Brasília.

Tags

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação