Cidades

"Tenho medo do que possa acontecer no segundo turno", diz Miragaya (PT)

Candidato ao Governo do Distrito Federal pelo PT criticou manifestações violentas por parte de apoiadores de Bolsonaro e prometeu pagar reajuste a servidores

Luiz Calcagno
postado em 24/09/2018 14:57
Júlio Miragaya, candidato ao GDF pelo PT
O candidato do Partido dos Trabalhadores ao Governo do Distrito Federal, Júlio Miragaya, foi o entrevistado do CB Poder desta segunda-feira (24/9). A sabatina, conduzida pelos repórteres do Correio Braziliense e da TV Brasília, contou, também, com a participação de internautas. No encontro foram discutidas questões referentes à posição do PT na corrida eleitoral, ao antipetismo que assombra a sigla, além do clima de radicalização entre direita e esquerda no DF. Outro tema abordado foi o reajuste salarial de servidores do GDF.
Nos primeiros minutos de entrevista, Miragaya defendeu que a aproximação de Fernando Haddad à campanha local pode ajudá-lo a aumentar as intenções de voto. O diretório local pediu, inclusive, que o candidato à Presidência da República venha a Brasília. O candidato Buriti destacou que o partido ganhou força no Nordeste, mas enfrenta dificuldades no Centro-Sul. "Acredito que há alguma dificuldade de parte dos eleitores em identificarem as candidaturas de Lula e Haddad", avaliou.
Sobre os discursos polarizados durante a campanha, Miragaya defendeu os eleitores petistas e disse temer por um segundo turno violento nas ruas. "Há pessoas que têm dificuldade de conviver com a democracia. Tenho medo do que possa acontecer no segundo turno. Eleitores do Bolsonaro têm o direito de se expressar, mas têm que respeitar as manifestações dos outros partidos", ressaltou.
O candidato petista destacou, ainda, que a animosidade "não é recíproca". "A gente pode não gostar. Já participei de carreatas onde tinha eleitores do Bolsonaro nas proximidades e ninguém foi lá hostilizar. Se eu vou distribuir panfleto e a pessoa diz que é Bolsonaro, se ela topar conversar, conversamos. Se não, eu respeito. Se fosse só xingamento, era ruim, mas passava. Mas é mais que isso. Estão partindo para agressividade. A forças de segurança têm que estar atentas.;


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Durante a entrevista, Júlio Miragaya também falou sobre os 3% de inteções de voto que tem na disputa pelo Palácio do Buriti. Ele atribuiu isso a uma campanha contra o PT. "Em São Sebastião, uma pessoa viu o broche do PT e disse que Lula não. Quando começamos a conversar, falamos de economia e do movimento do comércio no governo Lula e a pessoa mudou. Disse que Lula foi bom para gente", defendeu.

Em um dos temas espinhosos abordados, o reajuste salarial de servidores, Miragaya destacou que pagará o que foi prometido, mas levantou o debate sobre a necessidade de uma reforma administrativa no país. "Isso pode inviabilizar o setor público. Precisamos de uma reforma administrativa, fazer uma releitura das carreiras, encontrar ponto de equilíbrio e, talvez, carreiras que estão no topo fiquem sem reajuste por alguns anos. Sou a favor de valorização do servidor público. Para prestar um bom serviço para a sociedade. Mas nem sempre isso passa somente pela questão salarial;, avaliou.

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