Cidades

Orquestra Filarmônica de Brasília brilha com mais de 30 anos de existência

Grupo, que hoje conta com 60 integrantes, tem um projeto para misturar o erudito e o popular e levar para o público do Distrito Federal

Adriana Izel
postado em 28/09/2018 17:00
A OFB nasceu em 1985, a partir de estudantes de música da Universidade de Brasília
Em atividade há mais de 30 anos no Distrito Federal, a Orquestra Filarmônica de Brasília (OFB), ao longo desse período, desenvolveu uma série de atividades para a sociedade, como projetos de dança, de teatro e, naturalmente, de música. Mas não sem muitos obstáculos, todos superados com a união dos integrantes e a ajuda da sociedade. O início veio em 1985, em um projeto nascido com o nome de Orquestra Jovem de Brasília e formado por estudantes de música da Universidade de Brasília (UnB). A primeira apresentação não poderia ser melhor: na própria instituição, 50 músicos foram regidos por ninguém menos do que o maestro Claudio Santoro.
Hoje, essa trajetória de luta pela arte é o fio condutor para o projeto OFB Show. Este ano, a estreia ocorreu na última quarta-feira, no Teatro Dulcina de Moraes, no Conic (Setor de Diversões Sul). ;Esse evento é uma tentativa de mostrar para a sociedade que a Orquestra Filarmônica está na ativa depois desses 30 anos. E que, durante esse período, desenvolvemos vários projetos;, afirma Thiago Francis, o atual regente da OFB. Até a escolha do local para dar o pontapé inicial no projeto foi pensado tendo a capital como parte integrante do grupo. ;Esse concerto é também uma forma de conscientização. Não temos um teatro ainda funcionando em Brasília no centro da cidade como o Teatro Dulcina. Ele é o único centro cultural naquela região;, define Thiago Francis.
O presidente da OFB, Doner Cavalcante, explica que o projeto pretende ter uma agenda mensal, com apresentações na última quarta ou quinta de cada mês. ;Ele está começando pequeno, mas vamos crescer com ele. Queremos trazer alguns amigos da música popular e da erudita para participar na temporada. Vai ter muitas novidades. Inclusive, vamos fazer uma enquete para as pessoas votarem nos artistas parceiros para definirmos os shows mensais;, adianta.

Uma via-crúcis

O presente mostra um futuro de esperança, mas nem sempre foi assim. Pouco tempo depois da criação, a Orquestra Filarmônica levou uma rasteira. Em 1991, quando o então presidente Fernando Collor de Mello revogou a Lei Sarney, a formação ficou sem patrocínio por três anos e suspendeu as apresentações. Demorou, mas o grupo se levantou. Cavalcante lembra que o melhor momento foi entre 2008 e 2013, quando havia uma agenda movimentada de apresentações. Entretanto, em 2013, a falta de patrocínio fez as apresentações minguarem. Apenas no ano passado, as atividades de palco começaram a ser retomadas, mas timidamente. À época, o presidente da OFB deu entrevista à reportagem e contou o problema. ;O Fundo de Apoio à Cultura (FAC) não tem recursos para grupos como o nosso;, lamentou.
Boa parte dos músicos do grupo, que hoje chega a 60 componentes, vem da Orquestra Sinfônica do Teatro Nacional, da Escola de Música de Brasília (EMB) e da UnB. Como celeiro da música, os responsáveis pela OFB acreditam que os brasilienses gostam muito do clássico e, por isso, há espaço para o crescimento do projeto. Há, inclusive, a ideia de se criar uma orquestra jovem para absorver, principalmente, músicos egressos de projetos sociais.

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Veja a entrevista na íntegra:
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