Luiz Calcagno
postado em 29/09/2018 17:00
Como uma forma de protesto e fortalecimento, os candidatos ao Buriti Alexandre Guerra (Novo) e general Paulo Chagas (PRP) anunciaram um pacto de apoio mútuo para o caso de um deles chegar ao segundo turno. O documento, batizado de Ficha limpa, passado limpo, não representa uma coligação."Esse pacto é um pacto de protesto. Nós, desde o início, concluímos que temos colocações e posturas semelhantes, conservadores e liberais. E, ao longo da campanha, concluímos que fazemos a diferença. Quem está competindo conosco, ou é de esquerda, ou está envolvido com a corrupção", disparou o general.
O acordo foi firmado nessa sexta-feira (29/9). Além de alinharem o apoio em um eventual segundo turno, de acordo com Paulo Chagas, eles cogitam trabalharem juntos se chegarem ao Buriti. "As regras do jogo não são justas. Quem são os grandes prejudicados? Eu e o Alexandre. Além de termos propostas comuns, temos problemas comuns. Se um de nós for para o segundo turno, o outro irá apoiá-lo, pois, nenhum dos que está competindo merece o nosso apoio", explicou o candidato.
"A regra do jogo privilegia quem tem dinheiro, tempo de televisão ou é conhecido ou tem como se fazer conhecido, que é o caso do Ibaneis, que contratou uma multidão e se faz conhecer através dessa multidão. Temos três candidatos que estavam no governo Arruda, derrubado pela Operação Caixa de Pandora da Polícia Federal. Eles não sabiam de nada? Parecem até o Lula. No meio do mensalão e petrolão e ele não sabia", atacou o candidato do PRP.
Alexandre Guerra, por sua vez, destacou que a corrida eleitoral de 2018 ao Palácio do Buriti é uma disputa "entre o velho e o novo". "Queremos mostrar para a população que é importante votar em uma das nossas candidaturas para ter uma opção diferente. É escolher entre o passado e o futuro. Os principais candidatos na corrida, hoje, têm todos a mesma origem. Por isso, resolvemos fazer esse trato."
Guerra acrescentou que, caso não esteja no segundo turno, não apoiará nenhum outro candidato que não o general. Questionado sobre se aceitaria apoio desses concorrentes, afirmou que aceita somente se vierem sem contrapartidas. "Eles têm a liberdade de fazer apoio deles dentro de uma atitude unilateral. Mas, se esse apoio exigir negociação de espaço no governo, isso não vai acontecer. Eu acredito na nossa força. Estamos com 6% cada um. Essa info bate com as nossas pesquisas. Eu me oponho à metodologia do Ibope e DataFolha. Estamos próximos e o cenário está aberto."
De acordo com a última pesquisa do Ibope, general Paulo Chagas está com 3% das intenções de voto, e Alexandre Guerra, com 2%.