Influência da prisão de Lula na campanha
"A gente não leva em consideração para nossa campanha as pesquisas eleitorais. Eu tenho citado vários casos, como o de 1988 onde Luiza Erundina, que, a três semanas das eleições, estava em quarto lugar nas pesquisas, venceu Paulo Maluf na prefeitura em São Paulo. A gente não referencia a nossa atividade política em pesquisa política. Temos outros nortes na campanha, temos larga representação na classe trabalhadora, um segmento majoritário e a gente acredita que temos as melhores propostas nos planos nacional e distrital. Nós temos propostas para criação de empregos, para retomar o crescimento da economia, promover distribuição da renda e inclusão social. São questões que interessam o povo brasileiro e brasiliense."
"Lula é um preso político. Não há provas de crime, só delações. Só tem pessoas que querem se safar, assim como Palocci que quer reduzir a sua pena. Escuta aqui eleitor, essa delação foi recusada pelo MP e o Moro divulgou cinco dias antes das eleições tentando interferir no processo eleitoral. Lula foi o melhor presidente da história desse país. Pelo menos o que mais olhou para as políticas sociais. Foi ele quem colocou o negro e o pobre na faculdade, fez o Mais Médicos. A prisão arbitrária do Lula foi feita para barrar sua candidatura que ganharia no primeiro turno, como mostravam as pesquisas. De forma alguma, a defesa de Lula prejudica a minha campanha, pelo contrário."
Desgaste do PT no DF
"O desgaste ocorre em todos os partidos, com seu pontos negativos e positivos. No última gestão do PT, a proposta foi recusada pois era governo e não conseguiu se reeleger, mas isso não significa uma avaliação totalmente negativa do governo. A questão do estádio foi muito negativa para Agnelo, mas acredito que isso já tenha acabado."
Entorno
"A área metropolitana de Brasília, o Entorno, é como bairros do DF, mas, por uma circunstância, estão em outra unidade da Federação, que dificulta muito a administração tanto da parte de lá como de cá. Nós queremos institucionalizar a região, e isso é possível por meio do Estatuto das Metrópoles, aprovado pelas casas legislativas dos dois estados (DF e GO). A partir disso, o DF pode acessar programas do governo federal e o passo seguinte seria criar um órgão gestor para que, por exemplo, na área da saúde, pudesse fazer o planejamento integrado, assim como na educação e, principalmente, na geração de emprego e mobilidade. É possível, a partir desse órgão, trabalhar de forma integrada com Goiás e com os municípios. Afinal, metade da população dessas cidades trabalha ou procura emprego aqui. Se existe uma desigualdade no DF, com esses municípios metropolitanos, a realidade é ainda pior. Uma situação estarrecedora. Em algum deles, mais de 90% da população não têm saneamento básico. Outros não têm acesso ao ensino superior, nenhuma faculdade privada. Eles têm que vir a Brasília porque não tem essa oferta. A dificuldade nos empregos é limitada pela baixo desenvolvimento da atividade produtiva. Eles têm que procurar emprego aqui. Por isso, a atuação em conjunta pode melhorar essa situação."
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