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Conheça seis distritais que defendem saúde, segurança e educação

O Correio apresenta mais seis deputados eleitos no domingo e que assumirão uma vaga na Câmara Legislativa em 1º de janeiro de 2019. Em comum, a defesa de áreas consideradas prioritárias pela população

Pedro Grigori - Especial para o Correio, Marcus Lacerda - Especial para o Correio
postado em 10/10/2018 06:00
O Correio apresenta mais seis deputados eleitos no domingo e que assumirão uma vaga na Câmara Legislativa em 1º de janeiro de 2019. Em comum, a defesa de áreas consideradas prioritárias pela população
Educação, saúde e segurança serão temas-chave para grande parte dos futuros parlamentares da Câmara Legislativa. Oito dos 24 nomes atuam ou passaram por setores da segurança pública. E cinco têm nos currículos trabalhos como professores. No começo da corrida eleitoral, pesquisa encomendada pelo Correio Braziliense e realizada pelo Instituto Opinião Política, mostrou que as três áreas são consideradas prioritárias pelo brasiliense.

Com isso, os próximos deputados distritais, que tomarão posse em 1; de janeiro, garantem a apresentação de projetos de lei para melhorar os serviços públicos nesses setores. Desde a edição de ontem, o Correio detalha o perfil dos futuros parlamentares. Na edição de hoje, o jornal aprofunda os planos de mais seis políticos que garantiram vaga no Legislativo local até 2022.



Arlete Sampaio, acompanha a votação do projeto que passa o Hospital de Base - HBDF para a iniciativa privada, em sessão na Câmara Legislativa - CLDF.
Arlete Sampaio (PT)
Total de votos: 15.537
Onde recebeu mais votos: Asa Norte, Vila Planalto e Águas Claras, com 2.382 ou 15,3% do total

Com larga experiência política, Arlete Sampaio quer usar o terceiro mandato na Câmara Legislativa para lutar pela saúde, educação e assistência social. A ex-vice governadora do Distrito Federal defende a reconstrução do Sistema Único de Saúde (SUS) e aponta a área como uma das mais complicadas da capital. ;Defendo a educação pública gratuita e de qualidade para a população, além do cumprimento de meta do Plano Distrital de Educação e a construção de uma grade que atraia o jovem;, explica.
A parlamentar quer, ainda, implementar a educação infantil no DF a partir da construção de creches. Ex-secretária de Desenvolvimento, Arlete quer investir em políticas de assistência social, principalmente naquelas voltadas para a população de rua. No próximo ano, a distrital coloca três pontos como fundamentais na atuação: a revisão do plano diretor do DF, a Lei de Uso e Ocupação do Solo (Luos), e o Plano de Preservação do Conjunto Urbanístico de Brasília (PPCub).
Arlete prefere aguardar o início da legislatura para avaliar a nova Câmara Legislativa. ;Na convivência, veremos quem está disposto a ter uma atuação voltada ao interesse público;, disse. Sobre o futuro chefe do Executivo Local, Arlete conta que é possível ter uma relação de colaboração e oposição com Rollemberg, caso seja reeleito, mas que ainda não sabe como Ibaneis atuará em relação ao Legislativo local.



Deputado Claudio Abrantes, durante votação sobre a Lei do Silencio na Camara Legislativa.
Cláudio Abrantes (PDT)
Total de votos: 14.238
Onde recebeu mais votos: Arapoanga, em Planaltina, com 6.760 ou 51,7% do total

Cláudio Abrantes pretende ampliar a atuação na Câmara Legislativa para além de assuntos de segurança pública e cultura. Nos próximos quatro anos na Casa, ele quer trabalhar também mais aspectos da educação e saúde. Outro tema que o distrital quer abordar nesse novo período é a mobilidade. ;Essa questão tem de avançar no DF. Isso é essencial;, considera.
Dentro da continuidade, está a valorização dos servidores locais por meio da recomposição salarial e de efetivos. Na educação, quer articular a criação de uma universidade distrital. ;O Distrito Federal é uma das poucas unidades do país que não conta com universidade própria;, diz. A atuação na fiscalização e no combate à corrupção é outra frente em que o deputado quer seguir em defesa.
Às vésperas do terceiro mandato, Cláudio Abrantes avalia a renovação da Câmara Legislativa como saudável. ;Espero que seja uma Câmara mais proativa, mais independente, transparente e próxima, de fato, da população;, projeta.
Apesar de representar o PDT, partido que se coligou com o governador Rodrigo Rollemberg, a sigla respeitou a postura dele de oposição ao chefe do Executivo local. Na primeira etapa do pleito, foi sondado por Eliana Pedrosa (Pros), mas Abrantes preferiu apoiar Ibaneis Rocha (MDB). ;Trabalhei com Ibaneis desde o começo do 1; turno, quando ele estava com 1% das intenções. E vou trabalhar no 2; turno para ele ser governador do DF;, afirma.



Deputados Distritais eleitos. Delegado Fernando Fernandes.
Fernando Fernandes (Pros)
Total de votos: 29.420
Onde recebeu mais votos: Ceilândia Norte e Brazlândia, com 8.813 ou 29,9% do total

Estreante na Câmara Legislativa, o delegado Fernando Fernandes tem na segurança pública e na educação as principais bandeiras. Para ele, é essencial o aumento no número de salas de aula nas regiões mais pobres do Distrito Federal, como Pôr do Sol, Sol Nascente, Porto Rico, Santa Luzia e Estrutural. ;Inclusive, escolas de período integral, na medida do possível;, defende.
Outra iniciativa que pretende abraçar nos próximos anos a reestruturação do efetivo das polícias Militar e Civil, além da reabertura de delegacias no DF. ;Não é nem uma questão de aumentar o efetivo, é de recompor. Os quadros estão defasados. Mais de 8 mil policias se aposentaram, e essas vagas não foram recompostas;, aponta o delegado, na Polícia Civil desde 1993. Passou por 12 delegacias. A última delas, a 19; DP (P Norte/Sol Nascente, em Ceilândia). Ele pediu licença do cargo durante a campanha.
Para a próxima legislatura, Fernando Fernandes acredita que a renovação será importante para a credibilidade da Casa. ;Isso trouxe mais comprometimento com a sociedade e a população. A eleição mostrou que as pessoas estavam cansadas do desempenho (dos antigos parlamentares) e que era preciso trazer gente nova e competente;, avalia.
Quanto à definição de apoio para a chefia do Palácio do Buriti, Fernando ainda espera definição do Pros, de Eliana Pedrosa. ;Devemos nos reunir nos próximos dias para fechar um posicionamento;, explica.



Eleições 2018. Deputados Distritais eleitos. Jorge Vianna
Jorge Vianna (Podemos)
Total de votos: 13.070
Onde recebeu mais votos: Samambaia, com 1.536 ou 11,7% do total

Servidor da Secretaria de Saúde, Jorge Vianna vai concentrar os esforços na área de atuação. Um projeto que pretende implementar é o Remédio Para Tudo, no qual o paciente que não conseguir medicamentos na rede pública poderá recorrer a farmácias credenciadas, que encaminhariam os custos dos remédios fornecidos para o governo. ;A população não pode arcar com a ineficácia do governo na saúde;, considera o futuro distrital, que pretende instalar policlínicas nas regionais de saúde, com especialidades como endocrinologia, ortopedia, cardiologia, além de profissionais de nutrição, fisioterapia, fonoaudiologia, entre outros. A ampliação da estratégia de saúde da família e a contratação de pediatras e ginecologistas nos centros de saúde também são metas do político.
Para Jorge Vianna, a nova configuração da Câmara Legislativa é interessante pela diversidade. ;Vejo vários segmentos representados. Acho que é a Câmara mais heterogênea em 20 anos. Creio que assim vamos pensar projetos mais importantes e exequíveis;, considera. Quanto à disputa do 2; turno para o GDF, ele não tem voto ou apoio definidos. ;Uma coisa é votar e outra é apoiar. E apoiar é algo que demanda mais responsabilidade;, pontua o servidor público.



Eleições 2018. Deputados Distritais eleitos. Leandro Grass
Leandro Grass (Rede)
Total de votos: 6.578
Onde recebeu mais votos: Asa Sul, com 1.125 ou 17,1% do total

O professor Leandro Grass (Rede) pretende continuar com a tradição do partido de priorizar a destinação de emendas para a área da educação. Pela primeira vez na Câmara Legislativa, o futuro parlamentar também terá como bandeiras a fiscalização das políticas para infância e juventude. ;Queremos dar continuidade ao projeto do Chico Leite de nepotismo jurídico e com a lei de avaliação do serviço público;, detalha.
Além disso, o futuro distrital levará para o Legislativo local pautas de inclusão. ;Queremos criar uma lei que estimule empresas a oferecerem maior número de vagas de estágios para alunos do ensino médio e incentivar que as instituições empreguem mulheres que sofreram algum tipo de violência doméstica;, explica.
Leandro, que faz parte dos 16 novos nomes que assumirão uma cadeira na Câmara Legislativa em 2019, cobra dos futuros colegas renovação nos métodos e nas condutas. ;Vamos abrir diálogo com todos para criar um campo de debate democrático e fiscalizar o governo;, adianta. O professor também destaca que é necessário romper com a cultura de indicações de cargos. ;Vamos ter bom diálogo com todos que quiserem colocar o governo no foco e a fiscalização das políticas públicas;.



O deputado distrital Reginaldo Veras (PDT).
Reginaldo Veras (PDT)
Total de votos: 27.998
Onde recebeu mais votos: Ceilândia Norte (QNM e QNN), P Norte e Sol Nascente, com 4.066 ou 14,5% do total

Reeleito, o professor Reginaldo Veras dará continuidade ao trabalho de fiscalização das atividades do governo nos próximos quatro anos de Câmara Legislativa. ;Estou montando e reestruturando a minha equipe para aumentarmos a nossa capacidade fiscalizadora;, adianta o deputado. Segundo ele, o trabalho como parlamentar também é focado em defender os servidores públicos, em especial os da educação. ;Eu fui o deputado que menos aprovou leis na casa. E me orgulho disso, porque muito do que se propõe é ineficaz;, critica Reginaldo Veras.
Sobre a nova composição do Legislativo local, o deputado celebra a chegada de estreantes. ;Vi que entrou um pessoal do bem, como Fábio Félix, Leandro Grass, Jorge Vianna e a volta da Arlete Sampaio, que é um ícone na Casa. Os outros, eu não posso fazer análise, não conheço a linha de trabalho;, diz.
Quanto à disputa ao Buriti no 2; turno, Reginaldo Veras espera a definição do PDT nacional e distrital, que se reúne hoje, mas acredita que o partido deva deixar os membros livres para apoiar Rollemberg ou Ibaneis. ;Estivemos na mesma chapa de Rollemberg, mas acho que o partido deve manter a independência para cada um tomar o seu rumo;, prevê o deputado.

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