Cidades

Candidatos ao GDF retomam campanha após semana dedicada à busca por apoio

A largada do segundo turno foi marcada por reuniões e costuras políticas com objetivo de buscar novas alianças. A partir de agora, os candidatos vão retomar o ritmo intenso de agendas nas ruas e apresentar propostas ao eleitorado

Alexandre de Paula, Pedro Grigori - Especial para o Correio
postado em 14/10/2018 08:00
Rodrigo Rollemberg (PSB) fez caminhada ontem no Parque da Cidade e cumprimentou eleitores. Ele prometeu implementar novos espaços verdes

As caminhadas e grandes atos de campanha ficaram de lado na primeira semana do segundo turno. Os candidatos ao GDF dedicaram os primeiros dias da nova etapa a reuniões e conversas com lideranças, partidos e adversários do primeiro turno. Em busca de apoio, eles discutiram propostas de governo. As negociações por apoio avançaram mais na candidatura do advogado Ibaneis Rocha (MDB), que conquistou siglas e nomes fortes da política local. O governador Rodrigo Rollemberg (PSB) ainda tenta atrair novos aliados, mas, na prática, sofreu baixas na campanha.

Com a liderança indicada nas pesquisas antes da votação do primeiro turno, Ibaneis chegou a dizer que não buscaria alianças e que não lamentaria caso os adversários se unissem contra ele. Os números das pesquisas se confirmaram, Ibaneis garantiu a vaga no segundo turno em primeiro lugar, com o voto de 41,97% do eleitorado. A posição do ex-presidente da OAB-DF em relação aos apoios, no entanto, mudou. ;Brasília está vivendo um momento de divisão, a cidade precisa ser pacificada. Acho que a hora é de unir as pessoas para recuperar nossa cidade;, justificou.

Ibaneis fechou com o terceiro colocado no primeiro turno, o deputado federal Rogério Rosso (PSD). O parlamentar conversou com os dois candidatos, mas exigiu que os concorrentes incorporassem uma lista de propostas ao plano de governo. Temas como extinção da Agefis e do Instituto Hospital de Base ; muito caros à campanha de Rollemberg ; faziam parte dos projetos apresentados por Rosso. Ibaneis aceitou as condições e recebeu o pessedista em seu grupo.

Ibaneis Rocha (MDB) se reuniu com policiais militares, visitou a Feira do Guará e teve encontro com lideranças evangélicas em Samambaia

Além de Rosso, o representante do MDB também se aliou a nomes com propostas conservadoras, de defesa da família tradicional e de valores cristãos, como o deputado federal eleito Júlio Cesar e o distrital Rodrigo Delmasso, ambos do PRB. Ibaneis, em reunião com a Frente Cristã em Defesa da Família, defendeu posições próximas do grupo ao se colocar contra o aborto e a descriminalização das drogas.

Outros partidos como PPS, PHS, Podemos, DC e Patriota também declararam apoio a Ibaneis. O advogado nomeou informalmente o grupo de Frente do Bem e garante que as negociações foram apenas em torno de propostas e não envolveram promessas de cargos. Ibaneis se aliou aos tucanos ; liderado pelo senador eleito Izalci Lucas, o PSDB entrou para a campanha do advogado. Os políticos na briga pelo GDF investem ainda na preparação para os confrontos diretos. O Correio Braziliense realiza o segundo debate entre Rollemberg e Ibaneis, no próximo dia 24, às 18h, com transmissão ao vivo pela TV Brasília e pelas redes sociais do Correio.

Militares

Sem ampliar a coligação de partidos para o segundo turno, Rodrigo Rollemeberg aposta no corpo a corpo com o eleitorado e no discurso de combate à corrupção. Na última terça-feira, ele participou de reunião com policiais militares e bombeiros que disputaram cargos eletivos. Mais de 10 nomes declararam apoio ao socialista. Em setembro, o governador apresentou um novo plano de carreira para as categorias, que entrará em vigor no próximo ano, o que facilitou a negociação. Mas, desde então, Rollemberg sofreu perdas. O PSol de Fátima Sousa, que ensaiou aproximação do governador nas últimas semanas antes do pleito, se colocou contra a Ibaneis, mas condicionou o apoio a Rollemberg a uma declaração do governador contra a candidatura de Jair Bolsonaro à Presidência. Como o governador preferiu a neutralidade, Fátima retrucou dizendo que o partido não via motivos para apoiá-lo. O PT-DF deve seguir a mesma direção.

A Rede Sustentabilidade, que fez parte da coligação de Rollemberg no primeiro turno, decidiu retirar apoio. Segundo a sigla, o rompimento ocorreu ;devido à ingratidão com quem o apoiou e a deslealdade com quem teve coração de defendê-lo;. O partido citou em nota que Rollemberg priorizou a candidatura de Leila do Vôlei (PSB) à de Chico Leite (Rede), que disputavam juntos o Senado. Parte dos filiados à Rede, entretanto, segue apoiando o governador.

A posição do PR, de Jofran Frejat, deve sair nos próximos dias. O partido aguarda a volta dos deputados eleitos Agaciel Maia e Flávia Arruda para um anúncio oficial. Durante a semana, Ibaneis chegou a divulgar que teria um encontro com Frejat, mas o médico afirmou que só tomará a decisão com o aval do partido. O senador Cristovam Buarque (PPS) também deixou para decidir apenas nesta semana. O senador deu sinais de que deve estar ao lado do advogado e já declarou que as conversas estão bem encaminhadas.

Neutros
Ibaneis e Rollemberg ainda não tomaram uma posição em relação ao segundo turno presidencial. O emedebista fez elogios a Jair Bolsonaro (PSL) durante entrevista ao CB.Poder nesta semana, mas não acertou apoio. Já Rollemberg explicou que tomar partido significaria contribuir para a radicalização política, mas reiterou que tem como valores ;a defesa intransigente da democracia, a defesa dos direitos humanos e o respeito à diversidade;


Acertos
Veja qual a posição dos candidatos que disputaram o primeiro turno da corrida ao Palácio do Buriti:

; Alberto Fraga (DEM) - Neutralidade
; Alexandre Guerra (Novo) - Neutralidade
; Eliana Pedrosa (Pros) - Neutralidade
; Fátima Sousa (PSOL) - Neutralidade
; General Paulo Chagas (PRP) - Ainda não definiu
; Guillen (PSTU) - Neutralidade
; Miragaya (PT) - Ainda não se definiu
; Renan Rosa (PCO) - Neutralidade
; Rogério Rosso (PSD) - Apoio a Ibaneis

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