Cidades

Procon interdita editora de revistas que oferecia 'brindes' no aeroporto

Órgão considera abusiva a forma como os funcionários da empresa abordavam os clientes, usando métodos coercitivos, alegando que faziam parcerias com as empresas aéreas

Mariana Machado
postado em 16/10/2018 14:54
Um dos pontos de abordagem da editora era o Aeroporto de Brasília. Todos os quiosques estão agora lacrados
O Instituto de Defesa do Consumidor do Distrito Federal (Procon-DF) interditou todas as atividades da Editora 3 por prática abusiva contra consumidores na venda de assinaturas de revistas. O grupo, que atuava em pontos de grande circulação de pessoas, como o Aeroporto Internacional de Brasília, abordava clientes oferecendo ;brindes;, em geral malas, para em seguida, vender a assinatura das revistas.
Desde o ano passado, foram registradas 319 reclamações de diversos tipos. Em 12 de setembro, o Procon fez uma interdição parcial e deu o prazo de 30 dias para que a empresa solucionasse os conflitos, mas, como sanou apenas alguns deles, foi determinada a interdição total e com revogação apenas para quando todos os problemas forem solucionados.
Três autos de infração já haviam sido lavrados contra a editora, sendo o último em julho deste ano. Alguns dos reclamantes acusaram a empresa de cobrar um valor no momento da abordagem, mas quando a fatura chegava em casa, o valor e as parcelas eram diferentes do prometido. Outros, falavam na renovação automática do serviço após um ano, e que não conseguiam fazer o cancelamento.
O Procon considera abusiva a forma como os funcionários da empresa abordavam os clientes, usando métodos coercitivos, alegando que faziam parcerias com as empresas aéreas para oferecer descontos nas assinaturas. Agora, os pontos de venda em Brasília estão lacrados e o Ministério Público vai analisar o caso. Uma multa ainda será aplicada e o valor pode chegar a R$ 6 milhões.
A empresa também atua de forma semelhante em outros estados e o Procon-DF espera ajudar os Institutos de Defesa do Consumidor de cada um a executar o mesmo processo. O Correio tentou contato com a Editora 3, mas, até a última atualização desta reportagem, ninguém havia retornado as ligações.

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