Cidades

Presos recarregavam bateria de celulares dentro de celas em Formosa

Ministério Público pediu a retirada das tomadas de celas do Presídio de Formosa. Em nove meses, mais de 100 celulares foram encontrados dentro da penitenciária

Walder Galvão - Especial para o Correio
postado em 16/10/2018 21:06
Em apenas nove meses, mais de cem aparelhos foram encontrados com os detentos, afirma MPGO
Após vistoria no Presídio de Formosa (GO), o Ministério Público do Estado de Goiás (MPGO) constatou que, além de usar celulares no presídio, os detentos estavam recarregando a bateria dos aparelhos dentro da própria cela. Esta semana, a Promotoria de Justiça de Formosa encaminhou à Diretoria da Penitenciária de Goiânia a recomendação do MPGO para que os pontos de energia fossem retirados de dentro do leito dos presos.
O promotor do MPGO à frente da ação, Douglas Chegury, explica que as suspeitas começaram pelo grande número de celulares que foram apreendidos dentro da penitenciária. ;O presídio foi inaugurado em fevereiro deste ano. Em apenas nove meses, mais de cem aparelhos foram encontrados com os detentos;, informa.

Douglas reconhece que a retirada de tomadas pode não resolver o problema, mas vai dificultar a ação dos condenados que recarregam os aparelhos nas celas. ;Essa questão está tão complexa, que inclusive os presos estão contratando ;mulas; para transportar os celulares para dentro do presídio;, afirma. No início de setembro deste ano, uma mulher foi presa em flagrante tentando entrar com um celular no Presídio de Formosa, mas os agentes penitenciários conseguiram impedir a ação da suspeita.

O documento do MPGO recomenda que as tomadas sejam retiradas em até 60 dias.

Segurança máxima


Nesta terça-feira (16/10), o presídio de segurança máxima de Brasília foi inaugurado. Com 208 celas individuais, apenas 52 serão usadas, a princípio. Durante a cerimônia de inauguração, o ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann, levantou uma série de críticas ao Sistema Penitenciária Brasileiro, entre elas, a atuação de facção dentro das cadeias brasileiras. ;O Sistema Prisional Brasileiro é comandado por facções, que controlam o crime na rua;, disse.

A afirmação do ministro é reforçada com o documento do Ministério Púbico de Goiás, que aponta que os usuários de celulares dentro do Presídio de Formosa são detentos faccionados. ;Os presos têm comandado de dentro da cadeia, por meio de aparelhos celulares, a prática de crimes em todas as regiões do estado (Goiás), inclusive tráfico de drogas, roubos e homicídios, conforme revelam operações desenvolvidas pela Polícia Civil;, ressalta o texto.

No início de setembro deste ano, facções criminosas também tentaram se instalar no sistema prisional da capital. No entanto, a Polícia Civil do Distrito Federal desarticulou o grupo nacional que tentava instalar uma célula no Complexo Penitenciário da Papuda. A operação, batizada de Hydra, resultou no cumprimento de 58 mandados de prisão preventiva e 49 de busca e apreensão.
Os investigadores ainda constataram que o objetivo dos criminosos era criar um núcleo consistente na Papuda e, posteriormente, no presídio federal de Brasília. A expectativa dos criminosos era de comandar o crime de dentro da prisão.

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