Cidades

Polícia cumpre mandado de busca na casa de ex-administrador do Plano Piloto

Trata-se de um desdobramento da Operação Praia de Goia, que apura a concessão de benefícios à empresa R2 Produções, responsável pela realização do evento Na Praia

Isa Stacciarini
postado em 17/10/2018 18:09
Casa de Igor Tokarski foi alvo de mandado de busca e apreensão
Policiais civis cumpriram mandado de busca e apreensão na casa do ex-administrador do Plano Piloto Igor Tokarski. Trata-se de um desdobramento da Operação Praia de Goa. A investigação apura a concessão de benefícios à empresa R2 Produções, responsável pela realização do evento Na Praia. Segundo indícios, a produtora utilizou-se da Lei de Incentivo à Cultura para bancar eventos privados, com alto potencial lucrativo.

A repercussão da operação ocorreu praticamente um mês depois da primeira fase, em 18 de setembro, quando a Administração Regional do Plano Piloto também se tornou alvo de mandado de busca e apreensão. À época, policiais estiveram em 15 endereços.

Após passar pela Administração Regional de Brasília, Tokarski atuou, também, na Secretaria de Relações Institucionais e Sociais. O último cargo dele no Governo do Distrito Federal (GDF) foi como secretário de Meio Ambiente, antes de se candidatar a deputado distrital.

Na prestação de contas publicada no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Tokarski recebeu R$ 30 mil de um dos donos da R2, Rafael de Araújo Damas. A doação de 11,06% do total recebido de R$ 271.200,10 ocorreu em 13 de setembro, cinco dias antes da primeira fase da operação.
O inquérito é da Divisão de Repressão à Corrupção e aos Crimes contra a Administração Pública (Dicap) da Coordenação de Combate ao Crime Organizado, aos Crimes contra a Administração Pública e contra a Ordem Tributária (Cecor). O Ministério Público do DF e Territórios (MPDFT) também acompanha as investigações, que tiveram início em 2016.

A polícia não deu informações sobre a ação, porque o caso segue em segredo de Justiça. Contatado pelo Correio, Tokarski diz estar ;perplexo; com a situação e atribuiu o caso a ;fruto de alguma desinformação ou mal entendido nesse momento de disputa eleitoral;.

Ele alegou, ainda, que sempre agiu com ;total lisura e honestidade; no período em que era agente público. ;Quem me conhece, sabe do meu caráter e de todo o meu esforço e sacrifício em favor de nossa cidade. Por isso tenho pleno interesse em colaborar e esclarecer tudo o que for necessário para demonstrar a correção dos meus atos;, explicou.

Em relação à doação eleitoral, Tokarski informou que a campanha foi realizada sem nenhum repasse de dinheiro público e contou apenas com contribuições de familiares e amigos que, segundo ele, ;acreditam em mim e nas minhas ideias, e todas foram devidamente declaradas e contabilizadas perante a Justiça Eleitoral, com total transparência e regularidade;.
Em nota, a R2 informou que "reitera a legalidade e transparência de todas as suas atividades." Informou que embora surpreendida por "vazamento pinçados sistematicamente", a empresa não foi chamada a prestar qualquer tipo de esclarecimento sobre nenhuma apuração, "
nem mesmo após a publicidade opressiva da denominada operação, há um mês."
Por fim, declarou que "reafirma sua postura colaborativa e os sócios estão à disposição das instituições a qualquer momento, ressaltando que até hoje a empresa não teve acesso aos autos, caracterizando o cerceamento da defesa, uma garantia sagrada assegurada pela Constituição.;

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