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A uma semana do segundo turno, Rollemberg alfineta Ibaneis

Em compromisso de campanha, o candidato à reeleição Rodrigo Rollemberg (PSB) faz críticas ao adversário Ibaneis Rocha (MDB), que não teve agenda pública no dia

Alexandre de Paula
postado em 22/10/2018 06:00
Governador conversou com eleitores na Feira do Guará, panfletou e tentou ganhar o apoio de indecisos
O tom da corrida para o Palácio do Buriti tem esquentado na reta final. Os compromissos de campanha se tornaram espaço para troca de acusações. Ontem, o governador Rodrigo Rollemberg destacou diversas razões para desqualificar o adversário e fez duras críticas em visita à Feira do Guará. O advogado Ibaneis Rocha (MDB) não foi às ruas nem teve agenda de campanha nesse dia. Ele compareceu a uma missa pela manhã. Na passagem pela feira, o candidato à reeleição conversou com eleitores, panfletou e pediu votos acompanhado do vice, Eduardo Brandão (PV), e da senadora eleita Leila do Vôlei (PSB).

Ele disse estar confiante de que o resultado das urnas será diferente do que as pesquisas de intenção de voto mostram atualmente, nas quais Ibaneis aparece com vantagem de 50 pontos percentuais. ;Estar nas ruas é importante para apresentar nossas propostas, para animar nossa militância e é isso que está ;virando; a eleição. Nós temos levantamentos internos que mostram que a diferença é de apenas 15 pontos;, justificou. O governador acredita que será capaz de reverter o jogo até o próximo domingo.

;Eu tenho muita convicção de que, até o dia das eleições, vamos ter uma vitória que será ainda mais especial porque será de virada.; Rollemberg chamou o rival político de ;contraditório; ao ser questionado sobre o deficit orçamentário para 2019. Os números oficiais do GDF indicam que o valor será de R$ 600 milhões. Ibaneis, no entanto, tem argumentado que o dado está incorreto e que o total será muito maior, chegando a mais de R$ 2 bilhões.

;O ;Inganeis; procura confundir a população. Se tem esse deficit maior, por que ele está prometendo aumentos que vão custar R$ 4 milhões por ano? Ele tem de dar essa explicação;, disparou, fazendo um trocadilho pejorativo com o nome do rival. Rollemberg também voltou a associar Ibaneis a aliados, como o ex-vice-governador Tadeu Filippelli (MDB). ;Nosso governo teve as contas aprovadas em 2015 e em 2016. O governo passado, em que o vice era Filippelli, até hoje não conseguiu aprovar contas de 2014, com um deficit de R$ 3 bilhões.;

Ele destacou que o deficit para o ano que vem só está na casa dos R$ 600 milhões porque a gestão atual não fez pedaladas fiscais (operações orçamentárias realizadas pelo Tesouro, mas não previstas na legislação). ;Fomos o único governo que não pedalou. Se tivéssemos feito como todos os outros, acabaríamos a gestão com superavit de quase R$ 1 bilhão;, justificou.

Na Justiça

O governador comentou também a ação ajuizada no sábado pelo PSB contra Ibaneis por abuso de poder econômico. A acusação se refere à promessa do advogado de reconstruir, com o próprio dinheiro, casas derrubadas na Colônia Agrícola 26 de Setembro, perto de Taguatinga, pela Agência de Fiscalização (Agefis).

;A arrogância faz Ibaneis se enrolar com a própria corda, porque ele foi a vários veículos de comunicação e reiterou a compra de votos de uma forma descarada, mostrando os seus valores;, acusou. ;Ele diz que, se ganhar, vai reconstruir as casas, mas se perder ; que é o que vai acontecer ; fez um gesto como quem diz que não está nem aí para a população.;

Ibaneis rebateu a acusação do adversário em entrevista ao Correio no sábado. ;Essa é mais uma prova de desespero de quem está prestes a perder uma eleição e quer causar pânico nos eleitores. É só uma chicana de um candidato que tem a maior rejeição da história do Distrito Federal;, disse.

Propostas

No Guará, Rollemberg dedicou espaço também a propostas sociais. Uma das prioridades para eventual próxima gestão, segundo ele, seria o aluguel social para quem está na lista de espera da Companhia Habitacional do Distrito Federal (Codhab). ;Serão R$ 600 por mês para 10 mil famílias, no primeiro ano;, explicou.

Outra prioridade é fortalecer o projeto DF Sem Miséria, em que famílias de baixa renda recebem complementação do GDF. ;Vamos dobrar o valor do programa. Com isso, atenderemos 57 mil famílias, que receberão cerca de R$ 440 por mês. Isso terá um impacto de R$ 120 milhões por ano;, completou.

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