Bruna Lima - Especial para o Correio
postado em 22/10/2018 23:40
Os advogados do candidato a governador Ibaneis Rocha (MDB) denunciaram, nesta segunda-feira (22/10), um suposto esquema que estaria sendo programado para espalhar fake news contra o candidato ao apontá-lo como envolvido no crime de pedofilia. A peça foi enviada ao Tribunal Regional Eleitoral do DF (TRE-DF), ao Ministério Público Eleitoral e à Polícia Federal, instância responsável por apurar crimes eleitorais. A denúncia sugere que há indícios de que o GDF seria responsável pela produção das notícias. O governador Rodrigo Rollemberg, candidato à reeleição, avaliou que as afirmações são "descabidas e insidiosas" e que não têm "amparo na realidade".
O documento foi elaborado como forma cautelar de "afastar das eleições do Distrito Federal esse tipo de conduta", já que, segundo um dos advogados responsáveis, Bruno Rangel, as apurações da equipe do emedebista apontavam que a notícia falsa "seria divulgada nos últimos momentos da corrida eleitoral, de maneira a prejudicar Ibaneis sem que houvesse tempo hábil para responder à falsa acusação".
Como justificativa da suspeita, a peça traz conversas entre jornalistas e suspeitos de espalharem as notícias falsas. No entanto, os relatos não chegaram a ser noticiados. Há também, em anexo, uma ocorrência policial envolvendo dois adultos e um adolescente que, segundo a acusação dos advogados, seriam os responsáveis por confeccionar um suposto vídeo com fake news relacionando Ibaneis ao crime de pedofilia.
A peça ainda denuncia a provável utilização "do aparato do núcleo de inteligência do Governo para produção de fake news [...] tendo em vista a ocorrência policial anexa e as afirmações pontuais do próprio candidato Rodrigo Rollemberg em debate anterior no qual faz alude a uma possível ligação de Ibaneis com pedofilia". Como argumento, a defesa afirma que desde o primeiro turno o candidato vem recebendo ameaças da divulgação de notícias falsas relacionando Ibaneis a um caso de pedofilia e que soube que quatro milhões de mensagens seriam disparadas via WhatsApp por profissionais contratados para esse fim.
O documento foi despachado pelo TRE-DF ao Ministério Público Eleitoral, órgão que tem a prerrogativa de instalar eventuais ações penais eleitorais. Ao Correio, o governador Rodrigo Rollemberg lamentou, por meio de nota, a atitude do oponente. "A acusação do adversário denota o desespero dele em justificar a sua postura arrogante e autoritária em se recusar a comparecer aos debates. Faz afirmações descabidas e insidiosas que não têm amparo na realidade. Lamentável que ele recorra a esse tipo de artifício".