Jéssica Eufrásio
postado em 23/10/2018 06:00
Exposições de decoração e mostras de arquitetura, design e paisagismo promovem experiências e sensações. Além da construção de espaços e da oferta de ideias para casa e escritório, organizadores de exibições como essas pensam em cada detalhe. A proposta é estimular os cinco sentidos por meio da criatividade. E isso é um pouco do que os visitantes encontram na 27; CasaCor Brasília. Até o fim do mês, quem passar pelo evento, que é tradicional em 20 cidades brasileiras, além de seis países, vai conferir o que há de mais moderno em projetos distribuídos em 39 ambientes. Os trabalhos são assinados por cerca de 60 profissionais de todo o país e por novos talentos da capital federal.
O labirinto de cores, formas, sons e aromas se estende por 5 mil metros quadrados na Casa Manchete, projeto de Oscar Niemeyer inaugurado em 1978 no Setor de Indústrias Gráficas (SIG). A sede escolhida para este ano abrigou as extintas TV e Revista Manchete. A estrutura foi organizada em três alas ao redor de um pátio central.
Não basta prestar atenção à mobília e ao que está disposto nas paredes. Luminárias em formatos geométricos e objetos decorativos dos mais variados estilos pendem do teto e compõem a decoração dos ambientes. Alguns fazem referência à brasilidade, tema revelado em cenários inspirados na Amazônia ou mesmo em poemas de Cora Coralina. A fluidez da água e a combinação desse elemento com luzes também são explorados.
Há projetos para todos os gostos e tipos de residência ; lofts, casas, apartamentos ; e para diferentes cômodos ; quartos, banheiros, varandas, cozinhas e quartos de bebê. Em cada um dos espaços predomina o requinte e, para não fugir do tema do ano, A Casa Viva, a natureza se sobressai. O meio ambiente é explorado nas obras de arte e plantas que aparecem na maior parte dos ambientes. Os diferentes tons de verde, cor que se revela tendência, se manifestaram nas paletas escolhidas para móveis, pisos e paredes.
Para acompanhar, materiais naturais como pedra, madeira e palha imperaram. O lado contemporâneo está presente no concreto, no plástico e nas inovações tecnológicas, como os sistemas de automação. A arquiteta Cátia Conserva, 56 anos, foi ao evento acompanhada do marido, o engenheiro Flávio Reis, 65. Para ela, a mostra deste ano se assemelhou aos anteriores no quesito variedade. ;A gente busca inspiração nesses locais e as edições são sempre diferentes. A deste ano está bem diversa, voltada à natureza, à pedra bruta. Já participei de algumas em outras cidades e de muitas em Brasília. Aqui é bem tradicional;, contou Cátia.
Integração
O 27; CasaCor não atraiu apenas a participação dos brasilienses. Morador de Recife, o psiquiatra Marcelo Machado, 41, já visitou edições na capital pernambucana, em Brasília e em São Paulo. ;Achei a daqui bem grandiosa, com espaços bastante completos, obras de arte e ambientes diversos. Percebi que usaram muito da linguagem do lounge em ambientes integrados com a natureza. Também gostei de terem mantido a arquitetura original da Casa Manchete;, observou o médico.
Ele e o professor Thiago Acioli, 27, saíram de Pernambuco para participar de um congresso de psiquiatria em Brasília. Pelo fato de os dois ficarem na cidade até domingo, puderam conferir o evento, o primeiro de Thiago. ;Sou bem observador, e o que mais chamou minha atenção foi a presença de obras de arte nos ambientes, além da diversificação dos espaços apresentados. Há um para cada tipo de gosto;, comentou.
Quem também aproveitou para conhecer a proposta foi a gerente de projetos Helena Wensch, 36. Moradora de Brasília há dois anos, ela procura ideias para decorar o apartamento onde vive, na Asa Norte. Antes de se mudar para a capital federal, ela morava em São Paulo, mas nunca conseguiu ir a uma edição da mostra. ;Aqui ficou bem perto de onde moro. Saí do trabalho e vim. Lá (em São Paulo), o trânsito atrapalhava. Já quis visitar, mas não deu certo.; Durante o passeio, Helena buscou inspirações para ambientes simples. ;Estou mais interessada em cozinhas. Procuro algo clean, básico. Vi algumas ideias funcionais e achei alguns espaços incríveis;, disse.
Gastronomia
Como parte das opções de gastronomia da edição 2018, os participantes podem degustar desde a culinária brasiliense até a internacional. Restaurante oficial do evento, o Libertad oferece aos visitantes pratos contemporâneos do chef peruano Marco Espinoza. No local, há também a B;ckerei, padaria de inspiração alemã sob comando de Ana Victoria Neddermeyer e Mac Marques. Os destaques da loja são os pães de fermentação natural, além de pizzas, saladas orgânicas, chás, cafés e vinhos.
Para completar, há o bar da exposição, em ambiente embalado pelo jazz e com drinques criados por André Amorim e Narciza Leão, o Espaço do Chef São Geraldo, onde ocorrem aulas de culinária, e o café oficial do evento, a Casa de Vidro, que recebe jornalistas do Correio para bate-papos sobre temas variados até o fim do mês.
Programe-se
CasaCor Brasília 2018
Visitação: de terça a sexta-feira, das 15h às 22h; sábados, domingos e feriados, das 12h às 22h
Duração: até 30 de outubro, sendo os dois últimos dias dedicados ao Special Sale da mostra, com descontos de até 60%
Endereço: Setor de Indústrias Gráficas (SIG), Qd. 1, n; 975
Entrada: R$ 50 (assinantes do Correio têm desconto de 50% na compra de dois ingressos) ou R$ 25 (meia)
Passaporte único: R$ 150
Classificação indicativa: livre
Premiação
Pela segunda vez, o Correio Braziliense premiará 10 projetos e arquitetos da mostra. Até 22 de outubro, os leitores puderam votar nos projetos preferidos da CasaCor Brasília 2018 em quatro categorias: meu sonho de sala, meu sonho de cozinha, meu sonho de quarto e meu sonho de banheiro. As demais serão decididas por um júri técnico convidado. São elas: uso de obra de arte, originalidade, melhor uso de luz, melhor paisagismo; além do prêmio especial, que avaliará representatividade, inovação e sustentabilidade. A solenidade de premiação será em 24 de outubro. Os vencedores receberão o troféu João de Barro criado pelo artista plástico Galeno.