Cidades

Eleito deputado federal, Israel Batista quer lei de respeito ao professor

Professor pretende ainda lutar por iniciativas que permitam melhor educação aos jovens de classes mais pobres

Augusto Fernandes
postado em 23/10/2018 16:27

Deputado federal eleito pelo PV, Israel Batista, mais conhecido como Professor Israel, concedeu entrevista nesta terça-feira (23/10) ao programa CB.Poder ; parceria do Correio Braziliense com a TV Brasília ; e prometeu lutar pela aprovação de uma legislação que proteja os professores durante o seu mandato na Câmara dos Deputados. Segundo ele, ;é importante resgatar o respeito ao professor;.

;No Brasil inteiro há ações judiciais contra professores. A aliança tradicional entre pais e professores foi rompida. Os pais se colocam como advogados dos filhos nas questões escolares, quando antes era natural que eles entendessem que o professor, ao cuidar de 45 alunos, muitas vezes tomasse decisões arbitrárias. A lei de proteção ao professor é o nosso primeiro passo para que haja a recomposição dessa aliança entre família e escola;, explicou.

Ainda de acordo com Israel, como forma de melhorar o nível da educação no país, também é necessário fortalecer a assistência estudantil. ;O Brasil vive uma realidade em que as famílias mais humildes começaram a chegar às universidades, e precisamos focar na manutenção desses alunos no ensino superior. Não basta apenas colocar, tem que amparar. Estudar custa caro. Não podemos aceitar que as condições financeiras da família impeçam a criança ou o adolescente de sonhar com a vida universitária;, comentou.

Mesmo sendo do mesmo partido de Eduardo Brandão, candidato a vice-governador pela chapa de Rodrigo Rollemberg (PSB), Israel garantiu que vai dialogar com Ibaneis Rocha (MDB) caso o advogado seja escolhido como governador do Distrito Federal, como apontam pesquisas eleitorais.

;É importante procurar o chefe do Executivo. O Legislativo e o Executivo precisam dialogar para que possamos contribuir um com o outro. A educação não espera. A geração de meninos que precisa de uma oportunidade não pode aguardar até que o partido chegue ao poder. Existe uma urgência quando falamos de oportunidades para jovens carentes. Mas tenho certeza que, se qualquer um dos candidatos que vencer tiver interesse de debater sobre educação, que é a minha causa, farei isso com naturalidade;, apontou.

Cenário nacional


Preocupado com o comportamento dos eleitores nas eleições deste ano, Israel teme pelo clima de violência no país. ;Estão tratando política como guerra de torcidas e briga de opiniões. Essa polarização vai continuar, porque o resultado eleitoral nacional pode significar uma tentativa de início de terceiro turno, pois a parte vencida não vai aceitar. O país precisa se concentrar de novo. O próximo passo vai ser buscar uma convergência para costurar as feridas do país;, disse.

Apesar de declarar voto a Fernando Haddad (PT), Israel não viraria as costas para Jair Bolsonaro (PSL) em caso de eleição do capitão aposentado do Exército como presidente da República. ;Não farei oposição automática, porque não é da minha índole. Quero que o diálogo vença, pois não podemos manter bipolarização, que é o primeiro passo para a extinção da democracia. Precisamos escutar o que o outro diz, porque existe razão em todos os lados. Farei o que eu puder para estimular o convite à conversa e à audição;, garantiu.

Mesmo assim, o futuro deputado federal criticou algumas propostas de Bolsonaro, como a fusão dos Ministérios da Agricultura e do Meio Ambiente. ;Temo por uma piora do quadro ambiental. Acho que o país precisa garantir uma gestão ambiental moderna, sustentável e que consiga produzir riqueza sem acabar com a legislação. Essa fusão não vai equilibrar as forças, é apenas a suplantação de um ponto de vista;, respondeu.

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