Cidades

Mulher é encontrada morta dentro de casa em Sobradinho

A Polícia Civil trabalha com a hipótese de feminicídio. O namorado da vítima é o principal suspeito. Em Ceilândia, outra mulher foi esfaqueada pelo companheiro e socorrida

Sarah Peres - Especial para o Correio, Bruna Lima - Especial para o Correio
postado em 23/10/2018 18:45
Mulher morta em poça de sangue
Uma mulher de 45 anos foi encontrada morta, dentro de casa, no Setor de Mansões de Sobradinho 2, na segunda-feira (22/10). Lucileide dos Santos Carvalho levou um golpe de faca e o corpo foi encontrado pelo filho dela, no chão do quarto, e encaminhado para análise do Instituto de Medicina Legal (IML). O caso está sendo investigado como feminicídio e o principal suspeito é o namorado da vítima.
Lucileide dos Santos Carvalho 39 anos, foi encontrada morta dentro de casa Segundo vizinhos, Lucileide e o namorado começaram uma discussão na noite de domingo (21/10), que perdurou até o início da madrugada de segunda-feira (22). Depois, o homem teria saído da casa. O filho recebeu uma ligação sobre o ocorrido pela tarde e se deslocou até o local.
"A porta estava trancada e tive que pular pela janela para ter noção do que ocorria. Quando entrei no quarto, o cômodo estava cheio de sangue", relata o homem, que não quis ser identificado. Ele acionou a Polícia Civil, que se direcionou até o endereço.
A 35; Delegacia de Polícia (Sobradinho 2) está responsável pela investigação. Até a mais recente atualização desta reportagem, o suspeito não havia sido localizado. O homem teria esfaqueado a vítima e, depois, lavado a arma do crime na pia.
O casal estava junto há cerca de quatro meses e, em setembro, o suspeito foi preso por ter agredido Lucileide. Após pagamento de fiança na audiência de custódia, foi liberado. A vítima recebeu medida protetiva e chegou a mudar de casa. Contudo, ela reatou o relacionamento.

Tentativa

Ainda na segunda-feira (22), com menos de 10 horas de diferença, outra mulher, de 39 anos, foi vítima de violência. Na QNP 15, em Ceilândia. Ela foi esfaqueada pelo companheiro, de 58.
De acordo com a Polícia Civil, a motivação para o crime seria ciúmes. Segundo relatos de vizinhos, o casal teria iniciado uma briga que evoluiu para a violência doméstica, como explica o delegado Fernando Fernandes, chefe da 19; Delegacia de Polícia (P Norte).

"Os dois começaram a discurtir porque, a princípio, a vítima teria chegado tarde em casa na noite anterior. Em meio à briga, ele pegou uma faca e a atacou", relata. Após cometer o crime, Romeu fugiu e, até a mais recente atualização desta reportagem, não havia sido preso. A mulher foi socorrida ao Hospital Regional de Ceilândia (HRC) e não corria risco de morte.

Violência contra a mulher

A capital federal registrou 22 ocorrências de feminicídio até setembro, superando o número total de casos em 2017. As ocorrências de agressões contra mulheres que não acabaram em morte também aumentaram. No primeiro semestre, foram 7.169 registros enquadrados na Lei Maria da Penha. No mesmo período do ano passado, foram 7.029 casos. As três principais formas de ataque são a psicológica (69,3% dos registros), seguida de agressões físicas (52,1%) e violência patrimonial (11,24%).

Dados da Secretaria de Segurança Pública dão conta de que aproximadamente 88% das mulheres foram vítimas dentro da própria residência e em 94% dos casos havia vínculo entre autor e vítima.

Com o objetivo de punir e, consequentemente, coibir o crime, a Polícia Civil do DF adota desde o ano passado um tipo específico de protocolo para investigação de feminicídio. Assim que uma morte violenta de mulher é identificada, a ocorrência passa a ser tratada como feminicídio.
Se ao fim das investigações for descartada a hipótese, o boletim de ocorrência é alterado e passa a ser tratado como homicídio. ;O método veio para garantir que provas importantes em crimes de gênero sejam preservadas e as investigações fiquem cada vez mais qualificadas;, afirmou a corporação, em nota.

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