Bruna Lima - Especial para o Correio
postado em 23/10/2018 22:20
Mais cinco pessoas compareceram à delegacia para prestar queixa contra Kauê Quaresma Passos, de 27 anos, homem preso no último sábado (20/10) e indiciado por 14 crimes de estelionato. De acordo com as investigações, o suspeito levava uma vida de luxo e, assim, se aproximava das vítimas para enganá-las. Ao menos 15 pessoas que sofreram golpes aplicados por Kauê já se apresentaram à polícia.
Todas as novas ocorrências estão relacionadas a veículos. Em duas delas, o estelionatário vendeu o mesmo carro, que era alugado, para duas pessoas diferentes. Nenhuma delas, no entanto, recebeu o carro. Já outra vítima vendeu a Kauê um carro que custava R$95 mil, mas só chegou a receber menos de R$ 5 mil de entrada. Depois disso, o homem sumiu.
Além de ostentar uma vida de luxo, o rapaz atuava de várias formas para enganar as vítimas, geralmente vizinhos dos locais onde ele morava ou se hospedava. Ele simulava transferências bancárias e adquiria celulares e tablets caros pelo site OLX. Em um dos golpes, chegou a anunciar um veículo Porshe que, na verdade, nunca existiu.
De acordo com o delegado-chefe da 1; Delegacia de Polícia (Asa Sul), Gerson de Sales, o acusado também atuava das formas tradicionais, pegando empréstimos e desaparecendo. "Ele chegou a conseguir R$ 40 mil com uma das vítimas dizendo que precisaria comprar ração de gado. Se passava por um grande fazendeiro e como sempre estava bem vestido e andando com carros de luxo, as vítimas não desconfiavam", contou.
Com a divulgação do caso, os investigadores esperam que outras vítimas apareçam para prestar queixa contra o estelionatário. "A cada denúncia, vamos instaurar novos inquéritos para que ele responda a outros processos criminais. É necessário que ele seja responsabilizado pelos diversos crimes que cometeu", explicou Gerson de Sales.
Antes de ser preso no DF, Kauê Quaresma já respondia por outros crimes de estelionato cometidos em São Paulo. A mulher dele, Maria Eugênia Ribeiro, 56 anos, também foi acusada de quatro crimes. Ela era a proprietária da conta usada pelo marido para simular as transferências bancárias e também o auxiliava a enganar as vítimas. "Ainda estamos investigando se ela também está envolvida nos crimes cometidos contra essas novas vítimas", disse o delegado. Maria Eugênia responde aos crimes em liberdade.