Alexandre de Paula
postado em 28/10/2018 21:11
Em 2018, 193,3 mil eleitores do Distrito Federal não quiseram escolher nenhum dos dois candidatos ao Palácio do Buriti no segundo turno das eleições, em que o emedebista Ibaneis Rocha derrotou o atual governador Rodrigo Rollemberg (PSB). Cerca de 8% dos brasilienses anularam e 3,47% votaram em branco. O número, no entanto, é pouco menor do que o índice registrado no segundo turno de 2014 quando 152,7 mil (9,22%) anularam e 42 mil votaram branco (2,54%).
A abstenção, por outro lado, superou em muito a registrada em 2014. Cerca de 19% dos eleitores do Distrito Federal não compareceram à votação do segundo turno neste ano. Foram 394,2 mil pessoas que deixaram de votar. Na eleição anterior, por volta de 240 mil pessoas não votaram, o que representou o percentual de 12,64.
No primeiro turno do pleito deste ano, a abstenção foi parecida: 389,8 mil brasilienses não votaram. O índice ficou próximo também dos 19%. Os votos nulos e brancos, porém, representaram um total menor: 66,5 mil brasilienses votaram branco e 113,6 mil anularam o voto.
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Desencanto
O alto percentual de abstenção e de votos nulos e brancos era um fenômeno esperado por especialistas antes do pleito. O desencanto com a política e os inúmeros escândalos de corrupção dos últimos anos contribuíram, segundo os especialistas, para que a população optasse por não votar.
"Os escândalos recentes (na última década) da política e a situação bastante debilitada de setores como saúde, educação e segurança pública no país levaram o eleitor a ficar desanimado. Isso tudo gerou um descrédito muito grande com a política e com os políticos e, sem dúvidas, vai se refletir num número maior de abstenção e de votos brancos e nulos", explicou o especialista em políticas públicas pela UnB e professor de ciência política Emerson Masullo, em entrevista ao Correio antes do pleito.