Cidades

Justiça condena policial federal que matou uma pessoa durante festa

À época, o réu alegou legítima defesa; pena é de 24 anos, nove meses e 15 dias de prisão

Correio Braziliense
Correio Braziliense
postado em 31/10/2018 20:56

Caso ocorreu em outubro de 2016 em festa dentro de barco no Lago Paranoá Após mais de 18 horas de julgamento, o Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios (TJDFT) condenou Ricardo Matias Rodrigues a 24 anos, nove meses e 15 dias de prisão, a começar em regime fechado, pelo homicídio de Cláudio Miller Moreira e lesão corporal de Fábio da Cunha Correia.

Ricardo foi condenado por homicídio duplamente qualificado, motivo fútil e uso de recurso que impossibilitou a defesa da vítima pela morte de Cláudio. Foi acusado, também, por lesão corporal que causou incapacidade para as ocupações habituais por mais de trinta dias e perigo de vida pelo atentado a Fábio.

Relembre o caso

Um homem morreu e outro ficou ferido após tiroteio em uma festa no barco Lake Palace, no Lago Paranoá, em outubro de 2016. Cláudio Miller Moreira, 47 anos, chegou a ser socorrido, mas não resistiu. Já Fábio Cunha, 37, sobreviveu. Segundo a polícia, o autor dos disparos é o policial federal Ricardo Matias Rodrigues.
A reunião era para comemorar o aniversário de três amigas, uma delas, policial civil de Goiás. A promoter da festa, Renata de Andrade Silva, casada com o policial federal Ricardo Matias, contou à polícia que Cláudio e a mulher, Valderly da Silva Feitosa, 30 anos, teriam se envolvido em uma confusão e deixado o barco.
Logo em seguida, Cláudio teria voltado para a embarcação acompanhado de Fábio "como se estivesse muito furioso e quisesse tirar satisfações". Renata teria tentado conciliar a situação para mantê-lo fora do barco e evitar novas confusões, mas teria sido empurrada pelos homens com muita força. Neste momento, seu marido, Ricardo, veio em seu socorro e disse: "Polícia, fica aí".
O policial federal Ricardo Matias Rodrigues, autor dos disparos, se apresentou à polícia alegando ter agido em legítima defesa. Informou ainda que deu mais de uma ordem para que Cláudio e Fábio não se aproximassem e, diante da insistência, efetuou os disparos, que acertaram as vítimas na região do abdômen. Em seu depoimento, Ricardo confirma a versão da mulher.
O policial pediu a outras pessoas presentes no barco que prestassem socorro. Enquanto isso, se dirigiu até a delegacia para se apresentar e levar a arma do crime. Por ter se apresentado espontaneamente, o policial foi liberado após prestar declarações.

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