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A Polícia Militar estima que cerca de 300 mil pessoas visitarão os cemitérios do Distrito Federal nesta sexta-feira (2/11), Dia de Finados. A corporação e o Departamento de Trânsito do DF (Detran) montaram uma operação de trânsito para garantir a segurança de quem desceu de ônibus e atravessou as vias do Setor Policial Sul para o Campo da Esperança da Asa Sul durante toda a manhã. O movimento na necrópole foi intenso. Só foi liberada a entrada de carro para portadores de necessidades especiais.
As lembranças, devoção, velas e flores deram movimento as quadras do principal cemitério da cidade. Os comerciantes comemoram a venda de flores. Edilene Rosa Maria, 34 anos, trabalha no local há cinco anos e diz que essa é a época mais aguardada. ;Em média chego a vender 40 arranjos de produção artesanal. Quase todos meus clientes preferem as flores artificiais;, disse a vendedora.
A programação contou com missas celebradas durante todo o dia. Dom Fernando arcebispo do Ordinário Militar, celebrou a das 9h30. ;A presença de profundidade e fé é o que marca o Dia dos Finados. Um dia celebrado após o Dia de Todos os Santos;, celebra o arcebispo para o público. ;As pessoas tendem a distanciar e serem indiferentes com a morte. Nenhuma religião prega isso;, lembrou o Dom.
Muitos brasilienses marcaram presença no túmulo do ex-governador Joaquim Roriz. ;Esse foi governador mesmo!”, disse uma das pessoas. ;Fez pelos pobres e por Brasília;, emendou outra. Sepultado na Praça dos Pioneiros, o político faleceu em 27 de setembro deste ano.
Os irmãos aposentados, Francisco Barroso Costa e Doraci Costa Barros, 76 e 82 anos, moradores do Guará, visitam com frequência os túmulos de dois irmãos já falecidos. Esse ano estenderam a visita até o túmulo do político. ;Lá perto da nossa casa tem um jardim com muitas flores lindas e nós nomeamos elas de Roriz. Quando vamos pro nordeste sempre levamos as mudas das flores que foram plantadas durante o governo dele;, lembrou Doraci. Francisco disse que a visita é uma forma de agradecimento ao famoso governador. ;A simplicidade dele era incrível. Sempre será lembrado;, completou o aposentado.
Taguatinga
Quem decidiu comparecer ao Cemitério de Taguatinga neste feriado de Finados precisou de paciência. Por conta de interdições nas vias mais próximas ao local, o trânsito ficou bastante congestionado. Mesmo assim, era grande o movimento de pessoas dentro do cemitério na manhã desta sexta-feira (2/11).A auxiliar de serviços gerais Giomar de Deus Dias, 52 anos, compareceu para prestar uma homenagem ao pai, Francisco de Deus Dias. Ele morreu em 2010, com 80 anos, em decorrência de um câncer no pulmão. Ao acender velas em memória do pai, ela emocionou-se. "Nunca me esquecerei. A dor é a mesma, apesar de terem passado 8 anos. Parece que ele nos deixou ontem. Vir até aqui significa uma forma de mantê-lo vivo dentro de mim", comentou.
Marido de Giomar, o conferente Ribamar Alves, 50, também esteve no cemitério. Para ele, o momento não é apenas de luto. "Não é porque ele morreu que não faz mais parte das nossas vidas. Ele continuará sendo um ente querido. Hoje, mais do que nunca, é quando conseguimos relembrar os bons momentos que vivemos juntos", apontou.