Isa Stacciarini
postado em 02/11/2018 16:45
A partir de meia-noite de domingo, moradores do Distrito Federal terão que adiantar o relógio em uma hora. O horário de verão este ano começou mais tarde por causa das eleições, mas entra em vigor a partir deste fim de semana e vai até 16 de fevereiro. A medida é polêmica e divide a opinião de brasilienses entre aqueles que gostam e quem desaprova a mudança. Fato é que a adaptação afeta o sono e a rotina de trabalhadores e estudantes.
O ajuste vale para o Distrito Federal e outros 10 estados. Portanto, quando der meia-noite será, na verdade, 1h. Nos primeiros dias, a mudança causa sonolência e dificuldade de concentração, segundo especialistas. Mas, depois de três a quarto dias, o corpo começa a se adaptar aos novos horários. A dica é tentar manter uma rotina para o sono e alimentação para que o dia seguinte possa ser mais produtivo.
Engenheiro, Cristiano Santos de Souza, 38 anos, não gosta da mudança. Na opinião dele, com o adiantamento do relógio se perde uma hora de sono. ;No início, o que mais atrapalha é o sono na hora de acordar e o fato de tentar dormir mais cedo. Quando a gente começa a se acostumar, já tem que trocar de novo. Para mim, é ruim;, reclama.
Adaptação
Endocrinologista, a médica Cristina Blankenburg explica que as queixas de sono estão relacionadas a liberação dos hormônios de cortisol e melatonina. ;Quando se faz a transição do horário, pode haver uma secreção dos hormônios ao acordar. Há momentos do dia em que eles aumentam e em outras situações ficam mais baixo. Essa alternância, no entanto, ocorre em até 24 horas. Significa que a pessoa se adapta em dois, três, no máximo, quatro dias;, esclarece.
A especialista, no entanto, recomenda uma sequência de rotinas no primeiro dia, como manter os horários ao dormir, ao despertar e se alimentar. ;Essas tarefas têm de ser feitas de acordo com o relógio. Por exemplo, se a pessoa é acostumada a almoçar 13h, ela não deve só comer às 14h, por causa do horário de verão. Manter a rotina ajuda a se adaptar;, destaca.
Cristina também aconselha no primeiro dia de horário de verão fazer atividades físicas. ;Geralmente, domingo é um dia que as pessoas tendem a se exercitar menos, ficam mais tempo relaxando, e isso é ruim para o sono da noite. O conselho é praticar atividade física e tentar diminuir as luzes ao anoitecer;, sugere.
A representante de atendimento Helena de Fátima Almeida, 30 anos, gosta da medida. Embora acorde as 6h40 todos dias, ela comenta que há o benefício de sair do trabalho e o dia ainda estar claro. ;Saio do trabalho as 18h40 e, na verdade, vou ganhar mais uma hora. É bom, porque não fica perigoso e tenho a impressão que o fim do dia acaba rendendo mais;, destaca.
Lazer
O ajuste no relógio também altera o funcionamento de alguns pontos de entretenimento e diversão. É o caso do Eixão do Lazer que, aos domingos e feriados, será aberto ao público uma hora depois do habitual, as 7h, mas também funcionará até as 19h. A mudança vai até o fim do horário de verão, em fevereiro, quando o voltará para o horário das 6h as 18h.
A primeira vez que o Brasil adotou o horário de verão foi em 1931. Desde 1985, ele é aplicado todos os anos. Mas, diante da possibilidade dele ser extinto, o governo federal deve fazer uma pesquisa para decidir se mantém ou não o horário diferenciado a partir de 2018. (IS)