Cidades

Combate a alcoolemia ao volante é tema de seminário internacional na UnB

Parceria entre Detran e UnB visa debater medidas para evitar as mortes no trânsito provocadas por motoristas alcoolizados

Thiago Melo*
postado em 05/11/2018 14:11

O seminário irá discutir as ações necessárias para reduzir o número de mortes no trânsito causadas pelo uso de álcool

O combate a alcoolemia ao volante será tema de um seminário internacional da Universidade de Brasília (UnB), nesta terça-feira (6/11). Com o tema "A medicina do tráfego e o combate ao álcool ao volante - avanços, conquistas e desafios", a gerência de Ação Educativa de Trânsito do Departamento de Trânsito do Distrito Federal (Detran/DF), em parceria com a UnB, vai debater ações de segurança e fiscalização no trânsito, especificamente em relação aos riscos do uso do álcool por parte de condutores.

O evento contará com a participação do Dr. Ulf Bjornstig, professor Sênior do Departamento de Unidade de Ciência Cirúrgica e Perioperatória da Universidade de Umea, no Norte da Suécia. A instituição é reconhecida internacionalmente por causa das pesquisas realizadas no campo da medicina de tráfego.

Ulf Bjornstig é considerado atualmente como uma das maiores autoridades suecas em assuntos relacionados à segurança no trânsito. Ele também é membro da Associação Internacional de Medicina de Tráfego e da Associação Internacional em Medicina de Desastre.

Além de Bjornstig, participam do seminário profissionais e estudantes das áreas de saúde do DF, médicos do Detran/DF, profissionais de serviços de emergência e representantes da Associação Brasileira de medicina do Tráfego (Abramet) e da Rede Sarah de hospitais. O evento irá acontecer a partir das 8h, no Auditório da Faculdade de Medicina da Universidade de Brasília (UnB).

Recentemente, o Detran/DF realizou o seminário internacional Acidentes com moto em Brasília, também com o objetivo de debater ações educativas e de seguranças no trânsito voltadas para motociclistas. Na ocasião, participou da atividade o secretário geral da Associação de Motociclistas da Suécia, Jesper Christensen.

Alcoolemia no DF

De acordo com o Detran, desde a implantação da Lei Seca a partir de junho de 2008, o DF reduziu em 37% o número de mortes no trânsito. Segundo um estudo elaborado pela Gerência de Estatística do Detran-DF, entre 20 de junho de 2016 e 11 de junho de 2017 foram registradas 314 mortes. Já no período de 20 de junho de 2007 a 11 de junho de 2008 (período anterior à implantação da Lei Seca), foram registradas 500 mortes. Os anos seguintes à Lei Seca tiveram reduções significativas, como aponta o relatório do Detran/DF:

2009: 422 mortes
2010: 442 mortes
2011: 480 mortes
2012: 431 mortes
2013: 394 mortes
2014: 420 mortes
2015: 378 mortes
2016: 355 mortes
2017: 314 mortes

De acordo com o Detran/DF, de janeiro a julho de 2018 foram registradas 171 vítimas mortas, das quais 67 (39%) apresentaram resultado positivo para a presença de álcool ou drogas no organismo após exames toxicológicos. Em 2017 esse número foi de 44% das vítimas.
Segundo o órgão, até outubro deste ano foram emitidas 17.940 multas para motoristas que dirigiam embriagados. Em 2017 esse número foi de 24.937 casos. Os números totalizam autuações de todos os órgãos de trânsito do DF como o Detran, o Departamento de Estradas e Rodagens (DER) e a Polícia Militar (PM).
Ainda segundo o Detran, o número total de condutores presos nos dez anos de vigência da Lei Seca foi de 14.233. De acordo com a legislação de trânsito, enquadra-se como crime a conduta daquele que for pego com concentração de álcool igual ou superior a 0,3 miligrama por litro de ar alveolar. A pena varia de 6 meses a 3 anos de detenção.
A cidade de Ceilândia é a campeã no número de infrações. De julho de 2008 a julho de 2018 foram contabilizados 2.036 casos de condutores embriagados ao volante. O segundo lugar é o Plano Piloto com 1.598 casos.

Penalidades

De acordo com o Código de Trânsito Brasileiro, dirigir sob a influência de álcool é considerada uma infração gravíssima e pode resultar em multa de R$ 2.934,70, além da suspensão do direito de dirigir por 12 meses e perda de 7 pontos na carteira. Além disso, a recusa a realização de exame que comprove a influência de álcool (bafômetro) ou outra substância psicoativa também é considerada infração de trânsito.
" Estagiário sob supervisão de Adriana Bernardes

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