Cidades

Lucas Albo diz que não tinha intenção de matar, apenas "humilhar" Yago Sik

O pai do acusado, Pedro José de Oliveira Neto disse que o filho agiu sob efeito de morfina. Já Wander Martins Pedroso, disse que Lucas teria sido espancado por três

Luana Pontes - Especial para o Correio
postado em 06/11/2018 15:07
Testemunhas de defesa de Lucas Albo de Oliveira,23, acusado pelo homicídio do DJ Yago Linhares Sik, 23, no dia 2 de julho de 2017 trouxeram ao Tribunal do Júri uma nova versão do caso
Acusado do assassinato do DJ Yago Linhares Sik, 23 anos, Lucas Albo de Oliveira, 23, falou pela primeira vez sobre o crime praticado na porta de uma festa no Conic, em julho de 2017. O acusado estava preso em regime fechado desde de julho de 2017 e alegou ter sido agredido pela vítima. "Eu fui agredido inicialmente pela vítima, me senti humilhado na frente dos meus amigos. Foi o que me motivou a retornar a festa", revelou Lucas Albo. Sustentando a versão da testemunha Wander Martins Pedroso, de que teria sido segurado por três rapazes. "Me deram uma gravata e o Yago me batia muito", disse o réu. O júri do caso começou às 9h desta terça-feira (6/11), no Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios (TJDFT).
Quando questionado sobre as mensagens que teria encaminhado ameaçando a vítima e a ex-namorada Marcela Martinelli, ele confirmou. "É possível que eu tenha mandado algo. Estava bêbado e nervoso, pois a Marcela voltou pra festa sem me informar", justifica o acusado.

Segundo o acusado a arma utilizada no crime foi entregue por um amigo minutos antes dos disparos. "Eu não tinha a intenção de atirar. O Yago veio pra cima de mim e disparei sem querer. Não queria matar ninguém", disse Lucas em depoimento. Ele encerrou a fala reiterando que só retornou ao local para "humilhar a vítima em público". Lucas responde por dois outros processos por posse ilegal de arma.
Durante o júri, o Juiz Frederico Ernesto Cardoso, resolveu quebrar o protocolo e permitiu que as imagens das câmeras de segurança do Conic fossem reproduzidas após o depoimento do acusado. O assistente de acusação, Rodrigo Martins, salientou para a mudança na versão contada por Lucas. "Está nítido que ele não falou a verdade. As imagens estão aqui para mostrar o que aconteceu de fato no dia do crime", disse Rodrigo.

Sob efeito de remédios

As testemunhas em defesa de Lucas Albo trouxeram ao Tribunal do Júri uma nova versão para o caso. O pai do acusado, Pedro José de Oliveira Neto disse que o filho agiu sob efeito de morfina. Ele revelou que o filho Lucas Albo sofre da Síndrome de Legg Perthes e precisa tomar medicamentos fortes para dor. "No dia do crime ele tinha tomado um comprimido de morfina. Quando o Lucas tomava esses remédios ficava agressivo", disse o pai do acusado. A diarista da casa de Lucas Albo, Thais Cintia Alves Moura, disse que o jovem "sempre foi muito calmo, nunca presenciei nenhuma briga dele com a Marcela. Ele estava assim por conta do remédio".
O outro depoimento foi o de Wander Martins Pedroso, atualmente preso em regime fechado pelo crime de tráfico de drogas e posse ilegal de arma de fogo. "Eu estava na mesma festa. Não vi a confusão inicial. Quando tomei conta do que estava acontecendo, tinham três homens segurando o Lucas e um quarto batendo nele". Após ser interrogado e parecer confuso nas respostas, o juiz Frederico Ernesto Cardoso balbuciou "Wander, seu depoimento me parece meio..." e conteve as palavras frente ao júri.

Para o Promotor de Justiça do Ministério Publico do Distrito Federal e Territórios (MPDFT), Marcelo Oliveira, essa foi apenas uma tentativa de reverter o processo. "Eles contam versões desconectadas. Não condizem com as imagens e nem com os demais depoimentos. Está nítido que ele agiu por ciúme", salientou o promotor.
Caso seja condenado pelo júri Lucas Albo poderá ser punidos pelos crimes de homicídio qualificado, lesões corporais, ameaça e posse ilegal de arma. "Aqui nós buscamos justiça, nenhuma pena vai trazer a Yago de volta", completou Marcelo Oliveira.
Família e amigos do Dj Yago Sik clamam que justiça seja feita.

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