postado em 07/11/2018 19:56
Escrito sob o olhar de Ismália Afonso, o livro Nem trabalha nem estuda? mostra, por meio da história de 30 mulheres das cidades de Ceilândia, Estrutural e Planaltina os caminhos das jovens da periferia do Distrito Federal, que estão fora da educação formal e do mercado de trabalho.
As mulheres, que têm entre 18 e 29 anos compartilharam suas experiências e percepções com a autora, durante pesquisa de mestrado, e a ajudaram a descobrir quais razões levam essas jovens a serem as maiores representantes da geração de jovens ;nem-nem;.
Interessada em mostrar além dos dados, Ismália Afonso optou por escutar o que as mulheres têm a falar sobre sua realidade. Dessa forma, o livro se apresenta de duas maneiras: aproximar os temas de gênero e juventude e reconhecer as vozes das mulheres jovens periféricas como principal recurso de compreensão desse fenômeno.
Para a autora o termo ;nem-nem; foi atribuído a partir de um referencial androcêntrico, ou seja, centrado no padrão masculino, que reconhece valor apenas em atividades remuneradas e, principalmente, realizadas por homens. Segundo ela, o termo contribui para a invisibilidade do trabalho feminino .
O lançamento do livro Nem trabalha nem estuda? Desigualdade de gênero e raça na trajetória das jovens da periferia de Brasília, ocorrerá em 8 de novembro, às 19h, no Sebinho Cult (SCLN 406, bloco C). A obra tem o valor de R$ 46 e o pagamento poderá ser feito em dinheiro ou por transferência bancária.
Nem trabalha nem estuda? faz parte da coleção Educação e Direitos Humanos: Diversidade de Gênero, Sexual, Étinico-Racial e Inclusão Social.
A autora
Ismália Afonso nasceu em 1979, é mestra em Gênero, Sociedade e Políticas pela Faculdade Latino-Americana de Ciências Sociais (Flacso) da Argentina, especialista em Políticas Públicas pela Universidade de Brasília (UnB) e jornalista. Para a conclusão do mestrado, em 2016, apresentou pesquisa sobre a trajetória escolar e laboral das mulheres jovens que vivem em cidades da periferia do Distrito Federal (Brasil). Atuou mais de 15 anos como jornalista na comunicação pública, tempo em que se dedicou a políticas de educação, igualdade racial, Direitos Humanos, HIV/aids, sempre destacando aspectos de gênero e raça que estruturam as relações sociais.Desde 2017, trabalha com advocacy e gestão de projetos da cooperação internacional nas temáticas de gênero e raça.