Renata Rios, Otávio Augusto
postado em 12/11/2018 06:55
Após criar os filhos, cuidar dos netos e construir uma carreira em outras áreas, muitos candidatos que passaram da faixa etária mais comum tentam entrar ou voltar à universidade por meio do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). A maior parcela de inscritos na capital federal em 2018 tem entre 21 e 30 anos ; 31.406 postulantes. Mas gente na casa dos 50 e 60 anos também fizeram a prova.
A cozinheira Elenice da Silva Morais, 51 anos, sonha em cursar administração. Ela está otimista. ;Cuidei do filho, da casa, da família, agora é a minha vez, a minha chance para estudar;, ressaltou.
Animada, Elenice destacou algumas diferenças entre o ano passado e este ano. ;Ano passado, as pessoas mais velhas ficavam em salas separadas. Este ano, eu era a única pessoa mais velha da minha sala;, observou.
O aposentado Neilton Alves Rezende, 58 anos, fez o Enem para uma vaga de engenharia elétrica. Ele também notou que este ano misturaram as faixas etárias, mas para ele não fez diferença. ;Não me importo. Concentro na minha prova e tento responder as questões;, comentou.
Zenaide Nunes, 55 anos, que fez o Enem 2013, agora tenta uma vaga novamente. Ele foi de bicicleta, da Vila Planalto, onde mora, até o local da prova, o UniCeub, na 907 Norte. ;Acho que vou conseguir uma boa pontuação;, afirmou ela, que pretende cursar direito.
Morador do Gama, Paulo Fernandes de Lima, 50 anos, se preparou para a prova durante a semana, com o objetivo de passar em direito ou medicina. ;Quero uma condição de vida melhor. A situação está muito difícil no país;, comentou. Desempregado, ele cursou dois anos de pedagogia.
Aos 63 anos, Maria do Socorro reclamou de química. ;De maneira geral, eu diria que a prova estava boa. Se fosse jovem, que nem esses meninos, teria me saído melhor;, apostou. Ela pretende retomar o curso de estética e cosmiatria, que interrompeu há alguns anos. Está confiante. ;Confio nos conhecimentos que já tinha e estudei um pouco mais em casa.;