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Conheça os secretários já anunciados pelo governador eleito, Ibaneis Rocha

Apenas nesta terça, o governador eleito anunciou cinco secretários e o comandante-geral do Corpo de Bombeiros. Ainda faltam Saúde, Turismo, Cultura, Desenvolvimento Econômico, Trabalho e Mobilidade

Augusto Fernandes, Alexandre de Paula
postado em 14/11/2018 06:00
Ibaneis Rocha, governador eleito do DF, com o ministro da Saúde, Gilberto Occhi: encontro a fim de obter recursos federais para a área
O futuro governo de Ibaneis Rocha (MDB) começa a tomar forma com a confirmação de mais nomes que vão compor a equipe do próximo chefe do Palácio do Buriti. Ontem, cinco secretários foram anunciados pelo ex-presidente da Ordem dos Advogados do Brasil no DF (OAB/DF), além do comandante-geral do Corpo de Bombeiros. Até o momento, as pastas com chefias confirmadas são: Educação, Justiça, Meio Ambiente, Comunicação, Casa Civil, Segurança Pública, Fazenda, Gestão do Território e Habitação, Mulher, Obras, Terracap, Gabinete de Segurança Institucional, Polícia Militar e Polícia Civil. Entre as mais importantes, faltam os titulares para Saúde, Turismo, Cultura, Desenvolvimento Econômico, Trabalho e Mobilidade.

O escolhido para comandar a educação, Rafael Parente, é filho do ex-ministro da Casa Civil Pedro Parente. Apesar de ter nascido na capital, o futuro secretário mora no Rio de Janeiro, onde foi subsecretário de Educação entre 2009 e 2013. Recém-anunciado, ele admitiu que precisa se inteirar melhor da situação da área no DF. ;Preciso sentar e conversar com as pessoas que conhecem a realidade, conversar com o atual secretário e com pessoas que trabalham na pasta;, adianta.

Rafael Parente, no entanto, destaca a necessidade de recuperar a estrutura de algumas escolas. ;Eu tive acesso a relatórios e a reportagens que mostram essa situação em muitos colégios. Precisamos trabalhar nisso e criar um bom ambiente com infraestrutura adequada para termos locais acolhedores, onde todos se sintam bem;, disse. ;Para ter orçamento para tudo isso, vamos precisar de muito planejamento e apoio de parlamentares, além de contar com parcerias e com a criatividade;, completou.

Governo federal

O governador eleito recrutou para a equipe três nomes ligados ao governo do presidente da República, Michel Temer: Sarney Filho (ex-ministro do Meio Ambiente), Gustavo Rocha (ministro dos Direitos Humanos) e Eumar Novacki (secretário-executivo do Ministério da Agricultura). Sarney Filho (PV-MA) afirmou que não estava nos planos assumir outro cargo público no próximo ano. No entanto, mudou de ideia após reuniões com Ibaneis Rocha e conversas com amigos. ;Ele (Ibaneis) falou do seu desejo de me escolher como secretário da pasta. Nesse momento, a questão climática é preocupante e há um desencontro entre desenvolvimento e sustentabilidade. Portanto, entendi o convite como um desafio. Estou muito animado para os próximos quatro anos;, comentou o futuro secretário de Meio Ambiente e Recursos Hídricos.

Segundo ele, mesmo trabalhando dentro de uma agenda mais urbana, o foco será compatibilizar o desenvolvimento com a sustentabilidade. ;Os dois têm de caminhar cada vez mais juntos. A área ambiental não pode ser confundida com embaraço ao desenvolvimento. O Distrito Federal tem grande potencial e pode tornar-se referência para as outras unidades da Federação, bem como um espelho internacional, levando-se em conta as embaixadas que temos aqui;, explicou.

Para comandar a Secretaria de Justiça, Ibaneis convidou Gustavo Rocha, um dos homens de confiança de Temer. Ministro dos Direitos Humanos, Rocha, antes de assumir o cargo, atuava na Casa Civil como um dos principais assessores jurídicos do presidente, consultado com frequência por Temer.

A Casa Civil ficará com Eumar Novacki. Policial militar mato-grossense, Novacki foi nomeado secretário executivo do Ministério da Agricultura em 2016 por Michel Temer. Antes disso, foi chefe da Casa Civil em Mato Grosso. ;Ele veio para nos ajudar nessa área, que é muito importante, principalmente porque cuida de coisas fundamentais para colocar um governo para funcionar;, comentou Ibaneis. ;Há um bom tempo, é uma pessoa de minha extrema confiança. Tenho amizade com ele de alguns anos e acho que, na Casa Civil, você deve ter pessoas dessa natureza, com excelente currículo;, detalhou, depois de reunião no Ministério da Saúde, na tarde de ontem.

Comunicação

Weligton Moraes, escolhido para chefiar a Secretaria de Comunicação, coordenou a campanha do deputado federal Alberto Fraga (DEM) ao Palácio Buriti no primeiro turno. Após a derrota de Fraga, Moraes apoiou o governador eleito. ;Quando o Ibaneis foi para o MDB, eu estava com ele e fiquei na equipe até ele desistir da candidatura para apoiar o Jofran Frejat (PR). Ele seria o vice de Frejat, que também desistiu; então, até nessa divisão estávamos juntos;, lembra.

Moraes ressalta que a maior prioridade da Comunicação é informar com clareza e fidelidade. ;Temos de trabalhar em cima das ações do governo. Não tem inovação nessa área, a não ser facilitar o trabalho da imprensa com o governo e divulgar as ações dentro da verdade e da ética;, ressaltou.

Verba federal

O governador eleito do DF, Ibaneis Rocha (MDB), afirmou que a saúde do Distrito Federal contará com um reforço de R$ 540 milhões oriundos de verbas federais. O emedebista se reuniu com o ministro da Saúde, Gilberto Occhi, na tarde de ontem, para garantir a captação de recursos e discutir a gestão do setor na capital federal. Apesar da reunião com integrantes do gabinete da pasta e das tratativas com a Presidência do Sindicato dos Médicos do Distrito Federal (SindMédico), o futuro governador ainda não anunciou quem assumirá a Secretaria de Saúde no próximo governo.

Quem é quem

Fora a área da Segurança Pública, o governador eleito do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), anunciou, até o momento, 10 nomes do primeiro escalão. Confira:
Gustavo Rocha, futuro secretário de Justiça
Gustavo Rocha, Justiça
Ministro dos Direitos Humanos, Rocha era um dos aliados mais próximos do presidente da República, Michel Temer. O advogado também atuou como membro do Conselho Nacional do Ministério Público em 2015. Antes de assumir o ministério, foi nomeado subchefe para Assuntos Jurídicos da Casa Civil da Presidência da República.
Sarney Filho, futuro secretário do Meio Ambiente
Sarney Filho, Meio Ambiente
Filho do ex-presidente da República, José Sarney, o deputado federal Sarney Filho (PV-MA) é advogado. Por duas vezes, entre 1999 e 2002 e entre 2016 e 2018, foi ministro do Meio Ambiente. É líder da bancada do PV na Câmara dos Deputados. Na frente ambiental, destacou-se pela oposição ao agronegócio.
Eumar Novacki, futuro secretário da Casa Civil
Eumar Novacki, Casa Civil
Ocupa o cargo de secretário executivo do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Novacki é bacharel em direito e tem pós-graduação em direito público. Policial Militar, também atuou como secretário-chefe da Casa Civil de Mato Grosso.
Weligton Moraes, futuro secretário de Comunicação
Weligton Moraes, Comunicação
O jornalista vai assumir o cargo pela terceira vez. Ele ocupou a função durante a gestão de Joaquim Roriz, entre 2003 e 2006, e de José Roberto Arruda, entre 2007 e 2010. No primeiro turno, comandou a campanha de Alberto Fraga (DEM) ao Palácio do Buriti.
Izídio Santos, futuro secretário de Obras
Izídio Santos, Obras
Vice-presidente administrativo e financeiro do Sindicato da Indústria de Construção Civil (Sinduscon-DF), o engenheiro civil também é fundador e presidente da Barsan Engenharia. Ele ainda trabalhou na Construtora Santa Tereza, de 1989 a 1992; e na Emplavi, entre 1992 e 1998.
Rafael Parente, futuro secretário de Educação
Rafael Parente, Educação
Filho do ex-ministro da Casa Civil Pedro Parente, Rafael foi subsecretário municipal de Educação do Rio de Janeiro, entre 2009 e 2013. É doutor em educação pela Universidade de Nova York. Além disso, é diretor executivo da Edufuturo, empresa de inovação na educação e impacto social.
Julio Cesar Reis, futuro presidente da Terracap
Julio Cesar Reis, presidente da Terracap
Servidor efetivo da Terracap desde 2005, o engenheiro agrimensor preside a empresa pública desde 2016 e permanecerá no cargo na próxima gestão. Julio Cesar lidera projetos de concessões e parcerias com a iniciativa privada, como o Arenaplex e o Autódromo Internacional Nelson Piquet, e tocou o início da regularização de condomínios no DF.
André Clemente, futuro secretário da Fazenda
André Clemente, Fazenda
Auditor da Receita do Distrito Federal há 30 anos, André foi secretário de Fazenda, secretário de Planejamento, presidente do Conselho do BRB, secretário do Entorno no estado de Goiás e representante do governador de Goiás. Candidatou-se a distrital em 2014 e, durante a campanha deste ano, coordenou o plano de governo de Ibaneis Rocha.


Ericka Filippelli (MDB), futura secretária da Mulher
Ericka Filippelli (MDB), secretaria da Mulher
Presidente regional do MDB Mulher no DF, Ericka foi subsecretária de Articulação Institucional e Ações Temáticas da Secretaria de Políticas para Mulheres da gestão de Michel Temer (MDB). Nora do ex-vice-governador Tadeu Filippelli, a publicitária candidatou-se a deputada distrital neste ano, recebeu 4.285 votos, mas não se elegeu.


Mateus de Oliveira, futuro secretário de Gestão do Território e Habitação
Mateus de Oliveira, Gestão do Território e Habitação
Especialista em direito urbanístico e imobiliário, Mateus é formado pelo Centro Universitário das Faculdades Metropolitanas Unidas, em São Paulo, pós-graduado pela Fundação Getulio Vargas e tem mestrado em direito urbanístico pela PUC-SP. É professor de pós-graduação do IDP e, desde 2014, integra o Conselho de Planejamento Urbano e Territorial.

Três perguntas para

Sarney Filho, futuro secretário de Meio Ambiente e Recursos Hídricos

Como o senhor avalia a oportunidade de chefiar a Secretaria de Meio Ambiente e Recursos Hídricos?
Sou um deputado que tem uma causa, e ela é antiga: a sustentabilidade. Por ela, sou reconhecido nacionalmente e, até mesmo, internacionalmente. Fui escolhido ministro (do Meio Ambiente) por duas vezes em situações em que era preciso corrigir determinados rumos da política ambiental. Acredito que, com a experiência que adquiri ao longo dos anos e o conhecimento de pessoas, entidades e organizações ligadas à causa, terei condições de fazer com que Brasília possa ser um exemplo nessa questão, agregando a isso desenvolvimento, mais renda, mais empregos e mais qualidade de vida.

Quais serão os principais projetos à frente da pasta?
Um dos focos será tornar cada vez mais concreta a conciliação entre desenvolvimento e sustentabilidade. Quero destravar essa questão com transparência e respeitando a legislação vigente, além de fazê-lo com a participação da sociedade. Brasília é a capital do país e uma cidade-referência com grande potencial para desenvolver-se econômica e socioambientalmente.

Acredita que terá muitos desafios como secretário?
É cedo para dizer isso. Vou dedicar os últimos dias deste ano para me inteirar cada vez mais dos assuntos relativos à minha pasta. Mas estou muito animado. Sou uma pessoa que gosta de desafios. Será diferente do que atuar em um ministério. Mesmo assim, é uma secretaria importante dentro da capital da República. Há muita coisa a se fazer e que precisamos fazer no sentido de ressaltar um desenvolvimento sustentável. Dentro dessa perspectiva, aceitei o desafio e estou comprometido com a causa.

Três perguntas para

Rafael Parente, futuro secretário de Educação
O senhor comanda hoje uma empresa de tecnologia e inovação na educação. Como essas áreas vão entrar no governo?
Eu trabalhei como pesquisador, gestor, passei pela gestão no terceiro setor e, hoje, sou empreendedor social. Tenho uma empresa de impacto social na educação. Então, eu acredito que o modelo de escolas precisa ser modernizado, a rede tem de ser, de fato, assim (moderna) para que os alunos nativos digitais sintam que a escola é relevante para eles.

Qual é a sua posição sobre o projeto Escola Sem Partido?
Eu acredito que a gente precisa entender que os professores não podem impor uma visão de mundo, essa é uma preocupação, até, de vários professores. Ao mesmo tempo, a gente não pode impor nenhum tipo de censura. Precisamos buscar soluções, e a solução é dar mais formação continuada e orientações para que os professores possam mostrar que existem várias verdades e pontos de vistas sobre os mesmos temas.

Como será a relação do senhor com os servidores e os sindicatos?
Eu conversei com algumas pessoas dos sindicatos hoje. Tivemos uma conversa muito boa. Vai ser uma relação com muita transparência, com muito diálogo. Eu vou querer escutar bastante o que eles estão desejando, mas também vou falar dos limites relacionados ao orçamento que vamos enfrentar.

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