Jéssica Eufrásio
postado em 15/11/2018 15:14
Rendido por criminosos com a filha de apenas 2 anos em Samambaia, o sargento do Corpo de Bombeiros que foi vítima de tentativa de sequestro recebeu atendimento médico e passa bem. Embora ainda se recupere do trauma, a criança não sofreu ferimentos e está em casa. O militar de 48 anos, que pediu para ser identificado apenas como H. M. C. R., conta que foi agredido e que chegou a ficar sob a mira de um revólver durante a abordagem. Ele conseguiu saltar do carro e pedir ajuda para policiais que passavam pela área e deram início a uma perseguição.
H. conta que foi abordado por volta de 19h10 na frente da casa de parentes, em Samambaia, enquanto tirava a filha da cadeirinha do banco de trás. "Como estava chovendo muito, não deu para descermos de imediato. Tirei minha filha e, nessa hora, chegou uma pessoa armada que me colocou no banco do passageiro e começou a dirigir com uma arma apontada para mim", relata.
Na altura da Quadra 403, dois comparsas entraram no carro. Durante alguns momentos, o bombeiro entrou em luta corporal com os demais, mas recebeu coronhadas e um "mata-leão". Posteriormente, o militar precisou receber pontos nas mãos e na cabeça.
Enquanto presenciava a confusão, a criança gritava desesperada. O pai dela foi jogado no banco traseiro, quase desacordado, e viu o momento em que a menina estava no colo de um dos bandidos, que apontava uma arma para ela. "Ele falou que atiraria se eu reagisse". Quando os cinco passavam por um retorno, H. conseguiu descer do carro e parar em frente a um carro da polícia, que deu início a uma perseguição aos criminosos.
O bombeiro só conseguiu rever a filha cerca de 20 minutos depois. Policiais que passavam pela área levaram-no à Quadra 621, onde o grupo foi encontrado, mas conseguiu fugir. A criança foi encontrada em estado de choque. ;Acharam que ela estava morta, porque estava toda para baixo, caída na cadeirinha, mas, quando a pegaram, ela começou a chorar. Eu estava bastante ensanguentado e ela chorava me chamando, mas não vinha para mim. Era como se não estivesse me reconhecendo. Até a manhã de hoje, ela ainda estava em choque;, disse o sargento.
Apoio à ação
De acordo com o comandante da Rotam, major Cláudio Peres, no momento do crime, o grupo estava armado com dois revólveres, um calibre 38 e um Magnum 357, encontrados pelos militares na caminhonete. A polícia suspeita que uma quarta pessoa tenha dado apoio à ação do grupo em Samambaia. No entanto, a vítima reconheceu apenas duas das pessoas detidas no Jetta 2.0 turbo.
;Eles usaram esse carro para chegar a Samambaia. Então, é provável que havia alguém dando cobertura a eles na noite do crime. É um carro rápido, difícil de acompanhar;, afirmou o major Cláudio.