Luana Pontes - Especial para o Correio
postado em 19/11/2018 16:46
Funcionários das empresas terceirizadas que prestam serviços de limpeza e de preparo das merendas das escolas públicas do DF cruzaram os braços, nesta segunda-feira (19/11), por falta de pagamento. Alguns colégios tiveram de reduzir horários e até suspender aulas para não deixar os alunos sem alimenteção. A Regional de Ensino de Planaltina foi a mais afetada pela paralisação, com 40 escolas. Além de Planaltina, centros de ensino do Paranoá, Gama, de Sobradinho, Samambaia, Santa Maria, São Sebastião e do Plano Piloto registraram dificuldades.
A razão da greve é a falta de pagamento referente a outubro. Os repasses deveriam ter sido feitos em 7 de novembro. Mas, até agora, ninguém recebeu. Os tíquetes-alimentação também estão atrasados. Segundo o Sindiserviços, que representa as categorias, o pagamento deveria ter sido feito no 5; dia útil do mês. Para o diretor de Comunicação Social do Sindiserviços, Antônio de Pádoa, a situação é inaceitável. "Temos cerca de 4,1 mil servidores sem receber", afirmou.
São 1,5 mil cozinheiros da G Serviços Terceirizados; 2,3 mil profissionais de limpeza e conservação da Juiz de Fora; e 300 da Servegel. De acordo com o Sindiserviços, apenas 400 deles deixaram de realizar as atividades. "Muitos continuam trabalhando mesmo sem receber por medo de terem os dias descontados no pagamento. São pais e mães de família que precisam do dinheiro para pagar contas e outras finalidades. Não tem condição ficarem sem receber", cobrou o diretor do Sindiserviços.
A Secretaria de Educação, em nota, afirmou que os pagamentos às empresas estão em dia. "Em relação ao valor de outubro, os trâmites para quitação estão em andamento e dentro do prazo, conforme o previsto em lei". A pasta ainda informou que o pagamento dos funcionários é de responsabilidade das empresas, conforme previsto nos contratos, e a paralisação dos serviços é passível de penas. "A pasta esclarece também que, em caso de dias paralisados, estes são passíveis de glosas. As empresas poderão ser notificadas".
A Secretaria de Educação informa, ainda, que as "escolas que reduzirem o horário de aula, em qualquer situação ou circunstândia, deverão fazer a reposição das horas não cumpridas".
As empresas responsáveis pelos terceirizados foram procuradas pela reportagem, mas não quiseram se manifestar. Por telefone, a Juiz de Fora informou que só vão se manifestar com autorização do Departamento Jurídico da empresa.