Luana Pontes - Especial para o Correio
postado em 22/11/2018 19:47
A Delegacia Especial de Proteção ao Meio Ambiente e à Ordem Urbanística (Dema) deflagrou, na manhã desta quinta-feira (22/11), duas operações simultâneas para combater a grilagem de terras públicas na região da Ponte Alta Norte, no Gama. Foram cumpridos 15 mandados de busca e apreensão e oito de prisões temporárias. Entre os investigados há dois policiais civis, um da ativa e outro aposentado.
Uma das ações, batizada de Operação Gerson, ocorreu em 2 hectares de área pública, dividido em 42 lotes de 400 metros quadrados cada ; os terrenos eram vendido em sites por R$ 35 mil. Duas pessoas foram presas e uma está foragida.
A outra operação, chamada de Flor do Cerrado, identificou um esquema voltado para os crimes de parcelamento irregular do solo, dano ambiental, falsificação de documentos e lavagem de dinheiro. Os grileiros desenharam o mapa do loteamento irregular, incluindo uma chácara parcelada em 213 lotes. Cada terreno mede 400m; e era negociado por R$ 65 mil.
De acordo com a delegada-chefe da Dema, Marilisa Gomes, os suspeitos serão investigados também por outros delitos. "Estão sendo apurados crimes de parcelamento irregular do solo para fins urbanos, dano ambiental, falsificação de documentos, lavagem de dinheiro. Além dessas práticas, parte dos investigados é reincidente por parcelamento irregular do solo para fins urbanos, roubo qualificado, estelionato, falsidade ideológica e organização criminosa", explica a delegada.
A polícia apreendeu nas casas e nos escritórios dos investigados documentação relacionada à venda de lotes no local. Entre eles diversas cessões de direitos, cheques, mapas, notas promissórias, além de computadores e aparelhos celulares. Todo o material será periciado.
Os lotes haviam sido demarcados pelos criminosos, que faturariam um total de R$ 15,4 milhões com a venda dos parcelamentos de terra. Os dois policiais civis terão a conduta apurada pela Corregedoria-Geral da corporação. As penas para os crimes podem somar 33 anos de reclusão.
Área de Proteção Ambiental
O laudo pericial produzido pela polícia aponta que a área alvo dos grileiros está inserida em uma zona rural de uso controlado. Faz parte da Bacia Hidrográfica do Corumbá e situa-se no interior da Unidade de Conservação da Área de Proteção (APA) Ambiental do Planalto Central e da Área de Proteção de Manancial (APM) Olho D;Água. O Plano de Manejo proíbe o parcelamento do solo para fins urbanos nessa região.
Até o fechamento da reportagem, três suspeitos seguiam foragidos. Quem tiver informações sobre eles pode denunciá-los pelos telefones 190 (Polícia Militar), 197 (Polícia Civil), via WhatsApp (61) 98626-1197 da Polícia Civil ou no número (61) 3339-1345 (DPOE - Sesipe).