Suzanny Costa*
postado em 23/11/2018 17:00
De uma criança apaixonada pela música a uma grande cantora e compositora. Assim se define Aline Maria de Moura, de 33 anos. Nascida em Irecê, na Bahia, cidade a 479km de Salvador, ela recorda com carinho das cantorias feitas durante as tardes, em casa. ;Eu era daquelas crianças que ficavam na frente do espelho cantando e dançando. Ligava o som e escutava as músicas internacionais sem nem saber o que falavam;, relembra.
Não demorou muito para que o espelho deixasse de ser o único público. Aos 8 anos, vieram as primeiras apresentações em concursos artísticos na escola. Mesmo que a música fosse um verdadeiro dom na vida da jovem, ela jamais imaginou que era possível viver daquilo. ;A música era só um hobby;, afirmava. Aline, então, terminou o colégio, mudou para a capital baiana e formou-se em turismo e hotelaria, deixando a arte de lado por algum tempo.
Em 2011, a partir da convivência com o fisioterapeuta e músico Carlos Bigau, 34, hoje marido da cantora, Aline voltou a se relacionar com a música. A arte seguia sendo apenas uma brincadeira entre ela, Carlos e alguns amigos. Até que, em 2013, ao se mudar para Brasília, o casal encontrou amigos que viviam de música. Eles convidaram Aline para se apresentar em um aniversário no Lago Sul. ;Foi um susto. A gente tocava junto na brincadeira, mas nunca havíamos ensaiado nada. Fomos e deu supercerto. Foi quando entendi que aquilo era bacana e era o que eu queria para mim;, explica.
Na busca por se encontrar em um estilo musical, Aline fez diversas aulas de canto e cursos na área. Ainda em 2013, ingressou em um trio batizado de Três Bahia, que se apresentava em festas privadas, tocando vários gêneros. Com o fim do grupo, Aline começou a buscar anúncios de bandas para participar, quando entrou para o conjunto Imagination, que fazia covers de bandas de rock. Na mesma época, a artista descobriu o dom para criar composições.
;Nesse momento inicial, em que eu percebi que tinha facilidade para desenvolver as letras, foi rolando um entrosamento com a banda e a gente foi compondo juntos;, afirma. Entretanto, o projeto chegou ao fim e Aline entrou para o grupo Maryllusion, desta vez, com composições autorais. O repertório era feito de músicas trabalhadas por Aline, misturadas a sucessos do momento. Por dificuldades para manter a equipe de músicos, a banda se desfez e Aline se juntou musicalmente com o marido Carlos Bigau, com quem se apresenta hoje.
A doença
Em setembro do ano passado, Aline descobriu que estava com câncer de mama. O diagnóstico fez a cantora largar o sonho da música para cuidar da saúde. ;Eu me isolei completamente e, nesse momento, veio um vulcão e mudou toda a minha rotina;, recorda. Durante o tratamento, internada na UTI, a compositora sentia-se inspirada para compor canções que refletiam o período que enfrentava a batalha contra o câncer. ;Às 2 da manhã, eu chamava a enfermeira e pedia um papel e uma caneta e ela me olhava com estranhamento;, rememora.
Desses dias, Aline guarda 20 composições. Nem todas falam da doença: há letras que discorrem sobre amores mal-resolvidos. As músicas do casal costumam ser gravadas em casa mesmo. Carlos fica responsável por criar as melodias. Hoje, um ano depois de todo o tratamento, Aline se vê mais uma vencedora do câncer. Ela apresenta o novo projeto, com 13 faixas, intitulado Linda Maria. Para o futuro, a artista espera levar esse show para o público, contando, por meio das melodias, um pouco da história dela.
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Youtube: Linda Maria
* Estagiária sob a supervisão de Leonardo Meireles