Walder Galvão - Especial para o Correio
postado em 23/11/2018 06:00
O clima de fim de ano toma conta do Distrito Federal e leva o comércio da capital a se aquecer com a procura por casas de eventos, presentes de amigo oculto e contratação de bufês. Entidades ligadas ao comércio garantem que a procura por esses serviços aumenta mais de 50% nessa época, a mais rentável do ano. A expectativa de compras para 2018 é positiva, de acordo com pesquisa da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Distrito Federal (Fecomércio-DF). O estudo mostra que as vendas nos comércios da capital devem crescer 12,95% em comparação com o mesmo período do ano passado.
O presidente da entidade, Adelmir Santana, explica que as festas de confraternização impactam no dado positivo. ;Esses eventos de empresas, famílias e escritórios motivam uma corrente de confraternização e exercem uma forte pressão na aquisição de presentes;, comenta. Segundo Adelmir, o comércio na capital sofre desde 2014, mas a popularização do Black Friday, por exemplo, também é responsável por fomentar o mercado de Brasília.
Além dos presentes tradicionais de Natal, as brincadeiras de amigo oculto levam certos nichos do comércio a se aquecerem e aumentarem o lucro das lojas. ;Geralmente, essa troca de presentes estabelece um valor. Porém, pesa em diversos outros setores como o de vestuário, calçados e cosméticos. Portanto, tudo tem influência no crescimento das vendas da festa natalina;, ressalta Adelmir. Ainda segundo a pesquisa da Fecomércio-DF, o preço médio dos presentes este ano vai variar de acordo com o segmento, mas a média ficará em R$ 150.
O presidente do Sindicato de Clubes e Entidades de Classe Promotores de Lazer e Esportes do DF (Sinlazer), Claudionor Pedro dos Santos, garante que esta é a época mais rentável para quem trabalha no ramo de locação para eventos. ;Temos 45 clubes vinculados ao sindicato e todos estão com a agenda praticamente cheia para dezembro. Este ano, a procura pelas reservas começou em novembro;, ressalta.
Para Claudionor, os clubes são os preferidos dos brasilienses. ;Não temos praia e esses locais acabam se tornando um substituto. Temos parte esportiva e social que consegue dar lazer às pessoas;, comenta. Este ano, o presidente do sindicato garante que a procura subiu 80% comparada aos meses anteriores. ;Hoje, fazer qualquer tipo de reserva vai ser uma coisa difícil;, alerta. De acordo com ele, o preço varia de acordo com a quantidade de pessoas e do tipo de evento, mas é possível encontrar valores a partir de R$ 1 mil.
Proprietário de um espaço para eventos no Setor de Clubes Sul, Rafael Yamin, 33, confirma as informações do presidente do Sinlazer. De acordo com ele, a agenda de dezembro está praticamente lotada. ;Promovemos qualquer tipo de evento, como casamentos e aniversários. Porém, quando chega o fim do ano, a grande procura é de eventos voltados para confraternização;, conta. O empreendedor comenta ainda que a procura pelo local foi 50% maior em novembro do que no restante do ano.
O barco de Rafael foi construído em 2007 para que a família dele pudesse realizar eventos. Mais tarde, no entanto, eles decidiram alugar o espaço. ;Cobramos pelo número de pessoas, que pode variar de 50 a 120. O preço vai de R$ 2,5 mil a R$ 4 mil;, afirma. Por ser um espaço diferente do convencional, ele comenta que a procura do público sempre é alta. ;Geralmente, fazemos cinco horas de festa e damos uma volta no lago. A procura tem aumentado a cada ano;, garante.
Confraternização
Diretora de uma escola no Riacho Fundo 1, Luciana Pontes Dias, 46, organiza a confraternização do centro de ensino desde 2015. De acordo com ela, esse é um momento de descontração e animação. ;Tento promover eventos legais para o pessoal. Fazemos duas festas por ano, de acordo com o encerramento dos semestres;, explica. Geralmente, a comemoração ocorria na própria escola, mas, este ano, ela decidiu procurar outro lugar.
De acordo com Luciana, é possível promover festas de confraternização e ainda economizar. ;Solicitamos o salão de uma Igreja Católica e o conseguimos de graça. Também buscamos parcerias e patrocínios para custear outras coisas;, diz. A diretora já trabalhou com eventos e a experiência na área ajuda na hora da organização.