Marcos Amorozo*
postado em 23/11/2018 18:37
Muitos brasilienses não pouparam esforços para aproveitar as promoções desta Black Friday. Para comprar com desconto nesta sexta-feira (23/11), valeu enfrentar horas na fila, mobilizar toda a família para descobrir as melhores ofertas e até comprar desodorante suficiente para um ano inteiro.
Foram situações assim que o Correio flagrou no shopping mais central do Plano Piloto, o Conjunto Nacional. A espera já começava do lado de fora. No Eixo Monumental, uma imensa fila de carros se formou no começo da tarde, com a maioria dos motoristas disposta a esperar até conseguir uma vaga.
Segundo a administração do shopping, 4,6 mil veículos (2 mil a mais que o usual) haviam passado pelo centro de compras até as 18h, que já tinha recebido 100 mil visitantes (30 mil a mais que o resgistrado em uma sexta-feira comum). Depois, as filas nos estabelecimentos se repetiam. Nas Lojas Americanas, a espera para pagar beirava duas horas no meio da tarde.
Mesmo assim, determinados como Fábio Ferreira, que se agarrou a uma imensa caixa de desodorantes, não desistiram nem perderam o bom humor. "O preço normal é de R$ 6 e está saindo por R$3. Vamos aproveitar para distribuir para família e passar o Natal com todo mundo cheiroso", brincou, dizendo que esperava deixar a loja dali a uma hora e 15 minutos.
Na mesma loja, Patrícia Rocha, que se casará na próxima quarta-feira, escolhia peças para o enxoval ao lado de uma tia. "Na verdade, a gente veio comprar xampu. Mas quando vimos o preço do liquidificador e do ferro de passar roupa, decidimos que vamos levar os dois e mais alguns itens", contou. Para as duas, o valor dos produtos compensava a espera da fila.
Ação em família e desistência
Já Ari Araújo reuniu toda a família para achar aquela oferta imperdível. "Vim comprar um celular, e aproveitamos para sairmos todos de casa", disse ele, na hora em que todos perambulavam por uma loja de móveis. Mesmo grávida, Luana Matos, que fazia parte do gurpo, não se incomodou em andar e enfrentar filas. "Gente, é Black Friday, né?. Nós precisávamos vir aqui achar algum preço bom", disse.
Alguns, no entanto, não foram tão resistentes. Maria Senhora, que estava acompanhada do filho, bem que tentou comprar doces, mas acabou desistindo. "Você tem o dinheiro, mas não pode comprar porque não chega aos caixas. Fiquei mais de uma hora na fila, e as crianças na vontade do chocolate. Desisti da Black Friday. Vou para casa", conformou-se.
Expectativa positiva
Segundo a Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Distrito Federal (Fecomércio-DF), a expectativa é que o faturamento no comércio brasiliense durante a Black Friday aumente até 15% em comparação à ação do ano passado.
"Muitos trabalhadores receberam o 13; salário e estão aproveitando a Black Friday para antecipar as compras de Natal, o que acaba sendo um termômetro de vendas para os comerciantes em relação às vendas de fim de ano", aponta Adelmir Santana, presidente da Fecomércio-DF.
* Estagiário sob supervisão de Humberto Rezende