Cidades

Artigo - O café das irmãs Gentil

Ana Dubeux
postado em 02/12/2018 12:50

As irmãs, donas do Gentil Café, Pausa & Prosa

Passamos a vida a andar por aí procurando aconchego. No fundo, importam o colo, o abraço e a sensação de estar protegido. É que nos dá segurança, tão escassa na vida adulta e tão perseguida. Queremos, ainda que inconscientemente, um ambiente que seja a reprodução da casa quentinha que é o útero materno. Queremos a certeza de que a vida não vai doer, que a morte não vai chegar, que tudo vai ser sempre emocionante. Mas não é assim que a banda toca, por isso precisamos de repertório ; o mais diverso e variado possível.


Particularmente, preciso do riso doce de Liz, minha neta. Da impressionante vibração vocal de Freddie Mercury, que me arrebatou quando vivo e agora, no cinema, quando me lembrei de sua história. Preciso de palavras consistentes ditas por gente talentosa, que sabe o que fala e o que faz da vida. É esse o som da minha existência. Também o silêncio, que me faz refletir e conversar com meu espírito inquieto.

Na busca por essa sensação de conforto e segurança, não dispenso a troca de afeto com os amigos, estar com minha família, tomar um banho de mar, frequentar lugares que te convidam ao aconchego. Da padaria da minha quadra onde vou com minha netinha ao salão de beleza que frequento há anos.

Recentemente, estive em um lugar onde me senti em casa ; Gentil Café, Pausa & Prosa, na 410 Sul. Não apenas porque conheço há anos a família Gentil. Trabalhei muito tempo com Cristine Gentil, que se tornou minha amiga. Ela, as irmãs, Patrícia e Michelle, e a mãe, Sara, construíram um ambiente delicioso e aconchegante.


Anfitriões eternos de muitos amigos, Sara e Antônio são acolhedores ao extremo. E o café das meninas reproduz isso com maestria. Fora as delícias servidas no lugar. Valéria Velasco, nossa amiga, sempre dizia que Sara deveria ser presa por atentado à nossa dieta de todo dia. Aqui no Correio, nós nos acostumamos a esperar o empadão quentinho e o bolo de laranja com calda de limão que, de vez em quando, ela trazia de lanche na redação.

É bom saber que tenho um lugar para voltar e sentir esse aconchego, que serei bem atendida e que receberei um sorriso gentil. Saber que provavelmente Sara estará lá na cozinha preparando alguma surpresa fora do cardápio e que sempre haverá gente amiga por lá. Desejo vida longa ao café e às pessoas que sabem curtir as coisas boas e simples da nossa passagem por aqui.

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