Cidades

Doação de sangue é ainda mais importante no fim do ano; veja como ajudar

Gente anônima salva pacientes diariamente no Distrito Federal com um gesto simples: a doação de sangue. Cada bolsa coletada no Hemocentro ajuda até quatro pessoas a sobreviver. Conheça a história de quem faz o bem sem saber a quem

Isabela Guimarães*, Letícia Takada*
postado em 03/12/2018 06:00
Beatriz Vaz da Silva:
Há 17 anos, o vigilante Genivaldo Borges botou os pés no hemocentro pela primeira vez. Era para ajudar um amigo que precisava de doação de sangue. O que era para ser um gesto único se tornou um hábito. ;Desde aquele dia, nunca mais parei;, conta. Logo após a coleta, Genivaldo posa para uma foto feita pelo servidor que o atendeu. ;É para incentivar meus colegas;, justifica.

As campanhas de doação de sangue, em geral, resumem bem o gesto: doar sangue é doar vida. E passado o receio inicial que muita gente tem do procedimento, geralmente o doador volta. Foi assim com Beatriz Vaz da Silva, 21 anos. ;Era uma vontade antiga e foi muito gratificante. Na primeira vez, fiquei bem nervorsa, deu um friozinho na barriga. Mas agora, estou bem tranquila;, relata a jovem.

Cada bolsa de sangue pode salvar até quatro vidas. No Distrito Federal, são feitas aproximadamente 70 mil transfusões por ano. O gerente do Ciclo do Doador do Hemocentro, João Rogério Cardoso de Oliveira, explica que a doação tem valor incalculável. ;Quem doa sangue doa vida. O sangue é um produto que não pode ser substituído por remédio, depende da boa vontade de as pessoas virem até o hemocentro doar;, observou.

[SAIBAMAIS]Grupos católicos de diferentes pastorais costumam fazer ações de fim de ano. Desta vez quatro deles, a Aliança Missionária Casa de Maria e os grupos Recomeçar, Feixe e Domini, se juntaram e reuniram cerca de 25 pessoas. A decisão surgiu a partir da vontade de fazer uma ação que não fosse de cunho material.

O estudante Gabriel Fernando Vasconcelos Teles, 21 anos, um dos participantes, é doador frequente e entende a ação como uma doação de si mesmo. ;Jesus deu o próprio sangue por cada um de nós. Doar, além de ajudar ao próximo, reafirma nossa fé;, destacou.

Os grupos entraram em contato com o Hemocentro, que se interessou na ação intitulada de Vai e Faz; e até ofereceu um ônibus para fazer o transporte do grupo, além de instruir sobre o processo e desconstruir mitos sobre a doação. Gabriel ainda ressaltou a importância do ato. ;Cada pessoa tem o potencial de salvar quatro vidas, então nosso grupo pode ajudar até 100 pessoas. Além disso, podemos servir de incentivo para que mais pessoas doem sangue;, acrescentou.

Para as doações em grupo, o Hemocentro realiza um treinamento quinzenal com orientações. O representante, chamado de multiplicador, é responsável por repassar as informações para os demais. O último treinamento de 2018 ocorrerá em 12 de dezembro, às 14h, na sede do órgão.

Conscientização

O Colégio Sigma realiza, todos os anos, uma gincana para os alunos do ensino fundamental e médio. A Semana Cultural, como é chamada, já está na 30; edição e há pelo menos 25 anos tem, como um dos desafios, a doação de sangue. ;A competição sempre visou abraçar todos os aspectos, desde o esportivo até o filantrópico. Então nada mais justo do que ter a doação com essa ideia de ajudar o próximo;, afirmou o professor de educação física e coordenador da gincana, Carlos Roberto Alves Teles.

Cada turma fica responsável por conseguir entre três e cinco recibos de doação de sangue em um período determinado pelo regulamento. Por ano, as quatro unidades da escola no DF conseguem aproximadamente 250 doadores com o projeto. ;Isso impacta no banco de sangue de Brasília e contribui com a sociedade,; destacou o professor. Ao final da gincana, os alunos recebem um acréscimo na nota proporcional às atividades realizadas. ;É extremamente gratificante o aluno entender que não é só pela nota que ele está fazendo a ação e, sim, pela ajuda ao próximo. Isso não tem preço;, completou Carlos Roberto Teles.

* Estagiárias sob supervisão de Adriana Bernardes




Tags

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação