Cidades

Empresários do setor produtivo apostam no diálogo com o próximo governo

Representantes de sindicatos, da sociedade civil e de entidades do setor produtivo avaliam a interlocução com o governo de Rodrigo Rollemberg (PSB) e anunciam as expectativas para a gestão do governador eleito do DF, Ibaneis Rocha (MDB)

Jéssica Eufrásio
postado em 07/12/2018 06:00

Fachada do Palácio do Buriti
Um dos desafios do governador eleito do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), nesta fase de transição, tem sido o de construir uma base estável e ramificada nas relações com grupos sindicais, entidades do ramo produtivo e representantes de associações da sociedade civil. Enquanto ainda não define os últimos nomes de quem integrará a equipe da gestão do DF nos próximos quatro anos, o emedebista precisa encontrar maneiras de construir pontes com setores importantes com o objetivo de fortalecer a governabilidade.


Enquanto o atual governador, Rodrigo Rollemberg (PSB), conquistou uma avaliação positiva nas entidades do setor produtivo, a imagem do GDF se desgastou entre os sindicatos dos funcionários de serviços públicos básicos. Diante disso, a expectativa dos representantes de organizações desse ramo é de que a interlocução com o próximo chefe do Palácio do Buriti seja mais próxima e aberta, de modo que Ibaneis solucione problemas possivelmente herdados e, ao mesmo tempo, cumpra as promessas de campanha.

Para o diretor do Sindicato dos Professores do Distrito Federal (Sinpro-DF) Samuel Fernandes, a área da educação foi uma das que não apresentou avanços significativos. Nos últimos anos, segundo ele, a categoria aguarda o pagamento de pecúnias referentes às licenças-prêmio de professores e orientadores que se aposentaram sem receber meses do benefício, além da última parcela do reajuste salarial. ;Entregamos para Ibaneis e para Rafael Parente (futuro secretário de Educação) a pauta com reivindicações da categoria aprovadas em assembleia. Esperamos que eles avaliem com cuidado, cumpram as promessas de campanha e atendam aos pleitos da categoria;, afirma.

A classe dos policiais civis também acumula críticas ao governo atual. De acordo com Rodrigo Franco, presidente do Sindicato dos Policiais Civis do Distrito Federal (Sinpol-DF), diante da falta de avanços em relação às propostas de Rollemberg, a postura da categoria se tornou mais incisiva. ;Surgimos não apenas com o boneco (que representa Rodrigo Rollemberg como o personagem Pinóquio), mas também com as nossas notas que debatem os índices de criminalidade;, explica. Rodrigo acrescentou que a entidade deu início a tratativas para recomposição salarial, reabertura de delegacias e recomposição de quadro de servidores. Entretanto, as reuniões ainda não ocorreram na presença do futuro governador.

Contas equilibradas

Com reclamações de falta de reajustes e de funcionários em quantidade insuficiente para atendimento da demanda nos hospitais do DF, o Sindicato dos Empregados em Estabelecimentos de Serviços de Saúde de Brasília (SindSaúde) se reunirá com Ibaneis após a posse, em 1; de janeiro. A expectativa da categoria é de uma interlocução mais direta com o futuro governador. ;Tentaremos abrir uma negociação ampla com o governo. Estamos otimistas e vamos pelo caminho do diálogo, praticando a democracia e aguardando que os compromissos assinados sejam cumpridos;, comenta a presidente da entidade, Marli Rodrigues.

No setor dos transportes, a categoria dos metroviários sentiu falta de abertura com o governo atual e torce por investimentos na infraestrutura do serviço. ;Aguardamos para saber como ele (Ibaneis) cumprirá as promessas feitas;, pondera Renata Campos, diretora de Comunicação do Sindicato dos Trabalhadores em Empresas de Transportes Metroviários do DF (SindMetrô). Apesar das reivindicações dos funcionários do serviço, a avaliação do Sindicato dos Rodoviários (Sittrater) foi diferente. Eles consideraram a relação com o governo de Rollemberg mais positiva e aberta. Segundo o diretor financeiro da entidade, João Osório da Silva, a categoria ainda não sabe o que esperar da gestão de Ibaneis. ;Só nos cabe a expectativa de que ele trabalhe bem na área de transporte e que priorize o coletivo em detrimento do individual;, ressalta.

Em nota, a assessoria do governador Rodrigo Rollemberg afirmou que ele ;jamais se recusou a dialogar com qualquer categoria ou seus representantes; e que ouviu a todos, procurando atender as reivindicações ;na medida das disponibilidades de recursos, fruto da grave crise das finanças públicas de Brasília, agravada pela recessão econômica do país nos últimos três anos;. Ainda segundo o governo, à medida que a situação econômica se tornou mais favorável e o governo saiu do limite prudencial da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), o governador atendeu, ainda que parcialmente, a ;muitas das reivindicações não econômicas dos diferentes segmentos da sociedade;. ;O diálogo e a transparência sempre nortearam as ações do governo;, completa o texto.


Tabela com expectativas do setor produtivo para o próximo governo

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