O personal trainer que vendia drogas e anabolizantes a clientes investia parte do dinheiro do tráfico na bolsa de valores. Ele é investigado desde janeiro, quando começou a ser indicado por traficantes como o fornecedor dos entorpecentes sintéticos.
Policiais da Coordenação de Repressão às Drogas (Cord) cumprem o mandado de busca e apreensão na casa dele, em Arniqueiras, nesta sexta-feira (7/12). Os agentes encontraram o equivalente a R$ 4 mil em entorpecentes: 235 comprimidos de ecstasy, três porções de cristal MDMA e cinco porções de haxixe. Foram apreendidos ainda 11 medicações anabolizantes, suplementos proibidos no Brasil e R$ 4.400 em espécie.
As drogas eram repassadas para adolescentes traficarem. O suspeito também revendia o entorpecente em festas de música eletrônica pelo Plano Piloto. Uma das boates, localizada no Setor de Clubes Esportivos Sul, era o ponto de venda. Administradores do estabelecimento denunciaram a movimentação e cederam as filmagens do homem para a polícia.
Segundo o delegado-chefe Luiz Henrique Dourado, o professor de educação física não ostentava uma vida luxuosa. "Ele era extremamente discreto e, até por isso, tivemos muita dificuldade em encontrar a casa dele. Foi um trabalho minucioso. Mas ele vendia as drogas em grandes quantidades e tinha um bom lucro. Tanto que estava aplicando o dinheiro em bolsas de valor", afirma.
Os agentes também investigam onde ele guardava o restate do dinheiro oriundo do tráfico. O segundo passo é identificar a origem das drogas. "Parte é produzida no Brasil e, ao que tudo indica, vem do sudeste do país. Temos a hipótese que outra parte dos entorpecentes venha da Europa", diz o delegado.
Anabolizantes
O homem dava aulas em uma academia de ginástica na Asa Sul. Por isso, a polícia suspeita que ele captava clientes para o tráfico de anabolizantes no local.
"Ele tem um material considerável das medicações e de um suplemento. Ainda, o material que ele tinha em casa, como luvas, sachês de álcool 70 e seringas, indicam que ele realizava o a aplicação do anabolizante", explica o delegado Luiz Henrique Dourado.