Cidades

'Ibaneis quer concorrer à Presidência', diz consultor em marketing político

Para Marcelo Vitorino, consultor de marketing digital e gestão de crise, ao escolher ministros de Temer para compor seu secretariado, Ibaneis demonstra ambições maiores

Augusto Fernandes
postado em 10/12/2018 17:06
Para Vitorino, Ibaneis ainda precisa conquistar o eleitor do DF: 'Uma coisa é prometer renovação, e outra é sentar na cadeira do poder'
Professor e consultor de marketing digital e gestão de crise, Marcelo Vitorino avalia que o governador eleito do DF, Ibaneis Rocha, tem objetivos muito maiores que o de ocupar a cadeira do Palácio do Buriti. O especialista disse, nesta segunda-feira (10/12), ao programa CB.Poder, parceria da TV Brasília com o Correio, o emedebista dá sinais de que pretende, um dia, concorrer à Presidência da República.

O maior sinal dessa pretensão, avalia o especialista, é o fato de Ibaneis ter chamado vários ministros do governo Temer para compor seu secretariado. "É difícil prever o futuro de um governo antes de ele assumir, mas me parece que ele (Ibaneis) tem pretensões de concorrer à Presidência da República", disse Vitorino, que trabalhou nas campanhas de Marcelo Crivella (PRB) à prefeitura do Rio de Janeiro e de Geraldo Alckmin (PSDB) à Presidência. (assista à íntegra da entrevista abaixo).

Porém, caso essa suspeita se concretize, Vitorino não vê um caminho fácil para Ibaneis. "Eu acho ousado, sobretudo para quem ainda não viu como é a gestão pública. Uma coisa é prometer renovação, e outra é sentar na cadeira do poder", comentou, ressaltando que nunca houve um presidente do DF eleito. "Por isso, eu acho que é bastante otimismo por parte do governador. Não que ele não tenha capacidade para tal, planejar candidatura desde agora", analisou Marcelo.

Desafio: conquistar o brasiliense

Eleito governador com quase 70% dos votos válidos, Ibaneis terá um grande desafio pela frente, na opinião do professor: conquistar o eleitorado de Brasília. "Aqui no DF, pesou mais a rejeição do Rodrigo Rollemberg do que a empatia pelo Ibaneis. Apesar de praticamente 70% dos votos, isso não diz que você conquistou as pessoas, mas sim, que o outro estava mal visto. Ele tem que reverter essa história", apontou.

Apesar de ser um nome novo no cenário político, avalia Vitorino, Ibaneis não conseguirá fazer um governo repleto de novidades. "Cem por cento diferente, acredito que não será possível. As pessoas têm dimensão equivocada do que é a cadeira do poder. O governo tem ao seu lado, por exemplo, toda a parte do Legislativo, as instituições de controle, o Tribunal de Contas e as assembleias, que fazem com que o governador não tenha poder absoluto. O governante senta na pontinha da cadeira", observou o professor.

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