Cidades

Secretário de Cultura diz que ataques à Rouanet são 'retrato da ignorância'

Em entrevista ao CB.Poder, Guilherme Reis condenou ataques à lei de incentivo fiscal, dizendo que a cultura "é uma das áreas menos problemáticas em termos de corrupção"

Alan Rios
postado em 12/12/2018 15:08
Secretário de Cultura Guilherme Reis
O Secretário de Cultura do Governo do Distrito Federal, Guilherme Reis, saiu em defesa da Lei Rouanet em entrevista ao programa CB.Poder ; parceria do Correio com a TV Brasília. Para ele, o incentivo fiscal cultural tem sim problemas pontuais que devem ser ajustados, mas é um dos setores que menos sofre com corrupção no Estado. Guilherme disse ainda que os ataques que a cultura brasileira sofre atualmente são frutos da ignorância e desinformação.

"Se não tivesse a Lei Rouanet, por exemplo, não tinha a reforma do Teatro Nacional, por exemplo. Ela deve ter 0,0001 de problemas, e eles aparecem. Como casamento de não sei quem, filme de não sei o quê. Cinco ou seis problemas. Mas talvez seja uma das áreas em que menos problemas aparecem", analisou. O secretário lembrou que é essa lei que permite o funcionamento de centros culturais no Distrito Federal, com quantias mínimas em relação a outros incentivos.

"A Lei Rouanet significa 0,3% de todo o incentivo fiscal brasileiro, que é aquilo que o Estado deixa de arrecadar em impostos para estimular um setor. O total corresponde a cerca de R$ 400 bilhões e a lei movimentou R$ 1,3 bilhão, mais ou menos. Ou seja, não tem roubo aí, não. Cada centavo é usado muito bem. Quem rouba é bandido, e vai responder. Mas 99,9% é de gente honesta, patrimônio do Brasil."

Cultura em 2019

Em seus últimos dias como secretário, Guilherme Reis aproveitou para fazer um balanço de sua gestão e apontamentos de como a pasta cultural será entregue ao novo governo, que terá Adão Cândido em seu lugar. Apesar de problemas como a reforma inacabada do Teatro Nacional, Guilherme acredita que o GDF deixa muitas contribuições culturais à sociedade.

"Tudo que fizemos na Secretaria de Cultura teve caráter técnico de política de Estado e tem que ser continuado. Claro que podem melhorar, modernizar, mas estamos recuperando sete espaços para o Distrito Federal. Têm problemas. Faltam coisas que não haviam recursos e dinheiro. Mas entre esperar 38 milhões, para fazer um projeto ideal e gastar 8 milhões e abrir e entregar para a população, preferimos o segundo."

Entre esses legados, o secretário lembra da abertura do Espaço Cultural Renato Russo, da renovação do Centro de Dança e da Biblioteca da 513/513. Segundo ele, alguns outros desejos administrativos não foram concretizados devido a problemas externos, que competem a diversos órgãos: "Existem questões de obra pública que não se encerram de um dia para outro", finalizou.

Confira a entrevista na íntegra:

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