Cidades

PCDF prende irmãos que extorquiam comerciantes em troca de "proteção"

Homens obrigavam comerciantes da Estrutural a pagar valores mensais em troca da proteção. Quem não aceitasse fazer o pagamento, sofria ameças

Danilo Queiroz - Especial para o Correio
postado em 17/12/2018 11:03
Rodrigo Bonach, delegado da 8°DF da PCDF e responsável pelo caso de extorsão na Estrutural A 8; DP da Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) desarticulou um esquema de extorsão que atuava contra comerciantes da Estrutural. Segundo a corporação, os irmãos Marcelo Gregório da Silva, de 40 anos, e Maurício Gregório da Silva, de 35 anos, obrigavam os empresários da região a pagarem valores mensais em troca da proteção.

Segundo a PCDF, os valores cobrados pelos criminosos variavam de R$ 500 a R$ 1.000. Os comerciantes que não compactuassem com o pagamento sofriam ameaças. Além disso, a dupla também acionava comparsas da região para praticar assaltos nos estabelecimentos. De acordo com o delegado Rodrigo Bonach, a estimativa é de que 20 empresários eram extorquidos.

Porém, por medo de represálias, apenas três vítimas compareceram para prestar depoimento. ;Acreditamos que podem haver outras;, explicou o responsável pelo caso. Bonach assemelhou ainda a forma de atuação da dupla com a prática de milícia. ;Esse tipo de cobrança por segurança é algo novo para a gente. Se a polícia não agisse rápido, poderia expandir para um esquema miliciano;, apontou.

A maioria dos comerciantes que foram vítimas do esquema trabalhavam no comércio central da Estrutural. Porém, apenas Marcelo residia na cidade. Já Maurício morava em Águas Lindas de Goiás e se deslocava até a região para praticar a extorsão, que gerava mensalmente cerca de R$ 15 mil aos criminosos.

De acordo com a Polícia Civil, além do crime de extorsão, os irmãos têm envolvimento com tráfico de drogas e porte ilegal de armas Ainda de acordo com a PCDF, os dois criminosos atuavam há meses na região. Além do crime de extorsão, eles têm envolvimento com tráfico de drogas e porte ilegal de armas. Marcelo, inclusive, já estava preso desde setembro ao ser flagrado traficando entorpecentes. Já Maurício foi detido no último sábado (15/12) portando um revólver calibre 38 municiado.

A dupla já cumpria prisão domiciliar por crimes anteriores de roubo e porte ilegal de arma de fogo e ficaram presos preventivamente à disposição da Justiça. Agora, a pena anterior será regredida para regime fechado. Agora, os irmãos também serão indiciados por extorsão, com pena variando de 4 a 10 anos de reclusão.

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