Cidades

Adasa anuncia fim de escassez hídrica no DF e acredita em 2019 sem crise

Resolução será publicada no Diário Oficial na próxima sexta-feira. Os agricultores não terão mais a restrição de captar água durante 6 horas por dia

Isabela Guimarães*, Augusto Fernandes
postado em 17/12/2018 19:43
Para a população, as recomendações de medidas de redução do consumo de água e a não utilização de água tratada em atividades de economia continuam
A Agência Reguladora de Águas, Energia e Saneamento Básico do Distrito Federal (Adasa) anunciou o fim do estado crítico na tarde desta segunda-feira (17/12). A resolução será publicada no Diário Oficial na próxima sexta-feira. A medida poderá ser tomada porque os reservatórios do Descoberto e o de Santa Maria, no Parque Nacional de Brasília, estão com níveis satisfatórios de armazenamento ; 96,9% e 62,8%, respectivamente.

"De acordo com as nossas simulações e dos nossos estudos, nós acreditamos que não teremos problema durante o ano de 2019. Na verdade, pode haver uma diminuição, mas nós esperamos que eles permaneçam em um volume aceitável", afirmou o diretor presidente da Adasa, Paulo Salles.

Com a revogação da resolução, a Tarifa de Contingência foi extinguida, os agricultores não terão mais a restrição de captar água durante 6 horas por dia e voltarão a seguir o que estiver previsto nas suas respectivas outorgas, que é o tempo que cada um tem de captar a água dos rios. Além disso, a Caesb está autorizada a captar água do reservatório do Descoberto desde que observada a vazão média mensal de até 4,3 m3/s .

Para a população, as recomendações de medidas de redução do consumo de água e a não utilização de água tratada em atividades de economia continuam. "Estamos saindo da escassez hídrica com segurança, mas a população precisa manter as boas práticas aprendidas durante esse período para que a gente possa estar sempre seguro, caso ocorra alguma coisa inesperada do ponto de vista das variações climáticas ", reforçou Paulo Salles.


Estado de alerta em 2016

A Adasa declarou o estado de alerta em 16 de setembro de 2016. A partir do documento, a Adasa estabeleceu uma série de medidas para conter os impactos da crise hídrica no DF, como a redução da pressão dinâmica nas redes de distribuição de abastecimento de água no período das 22h às 5h. Além disso, a agência pediu que a população deixasse de usar a água fornecida pela Caesb para atividades, como lavagem de veículos, garagens, calçadas, fachadas prediais, irrigação paisagística e manutenção de piscinas.

Entre 16 de janeiro de 2017 e 14 de junho de 2018, o Distrito Federal passou por um racionamento de água. Durante o tempo de restrição hídrica, as regiões administrativas do DF ficavam no mínimo 24 horas sem água a cada seis dias. Nesse período, mesmo com a implementação da medida, o nível das barragens caiu ao longo de 2017. Em novembro, o reservatório do Descoberto chegou a 5,3% da capacidade total, e o de Santa Maria marcou 21,9%, os piores índices da história.
* Estagiária sob supervisão de Guilherme Goulart

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