Danilo Queiroz - Especial para o Correio
postado em 18/12/2018 16:20
O fim de ano reservou uma notícia nada agradável para os brasilienses, que podem acabar pagando mais caro na conta de água em 2019. Na tarde da última segunda-feira (17/12), a Câmara Legislativa (CLDF) aprovou o Projeto de Decreto Legislativo (PDL) 374, que autoriza um aumento de cerca de 3% no consumo. Agora, a Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal (Caesb) decidirá se vai repassar ou não o valor aos consumidores.
Segundo a companhia, será feita uma convocação de assembléia para que os acionistas definam sobre a implementação do reajuste. Inicialmente, a alteração no valor havia sido autorizada pela Agência Reguladora de Águas, Energia e Saneamento do Distrito Federal (Adasa) em abril deste ano, mas acabou suspensa após a autarquia acatar recurso da Procuradoria-Geral (PGDF), derrubada posteriormente pela CLDF.
À primeira vista, o valor pode parecer irrisório, mas, caso seja aprovado pelos acionistas da Caesb, o aumento na conta de água pode fazer grande diferença no orçamento das famílias brasilienses. Quem tem uma conta mensal de cerca de R$ 90,00, por exemplo, terá uma alta mais de R$ 32,00 em 12 meses.
Pagando o dobro disso mensalmente, o servidor público Ângelo Silva Júnior, de 40 anos, reclamou do reajuste. Com o aumento, ele teria um gasto extra de quase R$ 65,00 em 2019. ;É um absurdo. Já pagamos diversas taxas na conta da Caesb além do consumo e esse dinheiro vai fazer uma diferença enorme no orçamento do mês", lamentou.
Com um gasto mensal médio de R$ 70,00, o gerente administrativo Jânio Gomes dos Santos, de 36 anos, endossou o coro de contestação dos consumidores brasilienses. ;É difícil, já que tudo está aumentando e a gente não sabe a alegação disso. Qualquer coisa que aumente hoje já faz muita diferença no orçamento;, frisou.
A Adasa esclareceu que o possível reajuste nas cobranças corresponde a dois índices tarifários relacionados à água: o anual, de 0,93%, e o extraordinário, de 2,06%. A proposta inicial da Caesb era corrigir as tarifas em 0,51% e 9,69%. O aumento foi planejado para sanar parte do prejuízo nas contas da companhia, que deve atingir cerca de R$ 38 milhões somente no primeiro trimestre de 2019.