Cidades

Eleito para a Câmara Legislativa, Leandro Grass critica gastos da Casa

Prestes a assumir mandato, futuro distrital classifica a Câmara Legislativa como o "parlamento mais caro do Brasil", e revela desejo de "centralizar, baratear e dar mais transparência" à utilização das verbas disponibilizadas aos deputados

Augusto Fernandes
postado em 18/12/2018 17:00
Deputado distrital eleito disse que vai abrir mão da verba indenizatória concedida aos parlamentares da CLDF
Um dos 24 deputados distritais eleitos neste ano, Leandro Grass (Rede) concedeu entrevista nesta terça-feira (18/12) ao programa CB.Poder ; parceria do Correio Braziliense com a TV Brasília ; e comentou que seu mandato na Câmara Legislativa (CLDF) será um fiscalizador das ações do Executivo e da própria Casa. Segundo ele, dentro do parlamento, objetivo é adotar medidas para controlar os gastos dos deputados.

"A Câmara Legislativa é o parlamento mais caro do Brasil, se fizermos a avaliação do custo proporcional de cada um dos deputados. Também é cara pelas estruturas disponíveis aos parlamentares, como a verba indenizatória, e no sentido da sua estrutura administrativa. Já identificamos sobreposições dentro da Casa, em relação a funções técnicas, que podem ser alteradas. Enquanto em algumas áreas faltam profissionais, outras têm dois ou três. Esses são apenas alguns exemplos de como a Câmara se torna cara, mas pode ser mais barata", disse.

Como forma de mostrar que é possível gastar menos dentro da CLDF, Leandro Grass anunciou que deve abrir mão da verba indenizatória. "Quando eu me coloco contra a verba, não significa que eu seja contra o custeio de certas atividades parlamentares. No entanto, da forma como a verba é proporcionada na Câmara, ela abre brechas para um mau uso. Por exemplo, a Casa tem consulto. Então, por que o parlamentar contrata consultoria? Por que ele usa em aluguel de escritório, se tem toda uma estrutura de gabinete e comunicação? Não faz sentido", explicou.
De acordo com o deputado distrital eleito, é necessário centralizar os custos das atividades parlamentares da Câmara. "Não é preciso extinguir o custeio das atividades, mas centralizar, baratear e dar mais transparência. Por isso abrirei mão da verba indenizatória, para levar esse debate com mais legitimidade. Hoje, é difícil para a população acompanhar a execução dessa verba", destacou Leandro Grass.

Relação com Ibaneis


Leandro Grass disse, ainda, sobre como será a sua relação com o governador eleito, Ibaneis Rocha (MDB). "Quero acompanhar o andamento das políticas públicas, vendo a qualidade e se essas políticas realmente contemplam o que a lei manda e estão condizentes com os princípios do Plano Plurianual", apontou.
O futuro parlamentar frisou que manterá uma postura de independência do chefe do Palácio do Buriti. "Ser independente significa estar disposto a construir, mas também a ter postura crítica no que for considerado ruim à população ou que provoque danos ao erário público e prejuízos à sustentabilidade do orçamento. Não posso me colocar contra um governo que ainda nem começou, mas já estou avaliando algumas das medidas antecipadas pelo futuro mandato", acrescentou.

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