Cidades

Operação descobre esquema de venda ilegal de terrenos de programas do GDF

Investigação da Polícia Civil e do Ministério Público indica a participação de funcionários do governo na venda de lotes em Santa Maria. Valores variavam de R$ 70 mil a R$ 3 milhões

Correio Braziliense
Correio Braziliense
postado em 21/12/2018 07:59
Lotes habitacionais eram comercializados por R$ 70 mil, enquanto os do Pró-DF, entre R$ 800 mil e R$ 3 milhões
A Coordenação Especial de Combate à Corrupção, ao Crime Organizado, aos Crimes contra a Administração Pública e aos Crimes contra a Ordem Tributária (Cecor), da Polícia Civil, deflagrou nesta sexta-feira (21/12) operação que investiga a participação de uma associação criminosa em um esquema ilegal de venda de terrenos voltados a programas habitacionais do Governo do Distrito Federal em Santa Maria. Com o auxílio do Ministério Público do DF e Territórios, a corporação descobriu que integrantes da Administração Regional de Santa Maria e ex-funcionários da Companhia Habitacional do DF (Codhab) faziam parte do grupo.

A operação, chamada de Alto Comando, faz referência ao fato de os próprios investigados se intitularem membros de um grupo conhecido como "Alto Comando da região de Santa Maria". A Polícia Civil já prendeu quatro pessoas e, durante esta sexta-feira, cumprirá 14 mandados de busca e apreensão, que tiveram a autorização da Primeira Vara Criminal e Tribunal do Júri de Santa Maria. O prédio da administração da cidade, da sede da Codhab e as casas dos envolvidos no esquema serão vistoriadas por agentes policiais.
"As buscas visam obtenção de elementos probatórios em endereços de alguns investigados, objetivando delinear eventuais condutas criminosas apuradas neste inquérito, bem como elucidar de maneira eficiente e precisa a existência ou não de vínculo entre os investigados, e a participação de outros indivíduos", explicou a corporação.
Agentes cumprem mandados de busca e apreensão nesta sexta-feira (21/12)
Até o momento, a investigação policial apontou que mais de 200 imóveis de um programa habitacional na quadra QR 119 da região administrativa foram comercializados pela associação criminosa. Além disso, há indícios de que o grupo negociava lotes do Programa de Promoção do Desenvolvimento Econômico Integrado e Sustentável do DF (Pró-DF). Os valores oferecidos pelos criminosos iam de R$ 70 mil a R$ 3 milhões.

Representantes de associações e cooperativas habitacionais e corretores de imóveis também podem estar envolvidos nos crimes, informou a Polícia Civil. Os investigados podem responder por quatro delitos: associação criminosa, corrupção ativa, corrupção passiva e estelionato majorado.

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