Cidades

Rollemberg nega rombo nas contas para 2019

O atual governador contestou informações do futuro governo de que o DF teria déficit de R$ 3 bilhões para o próximo ano. Situação será de completa normalidade, segundo ele

Alexandre de Paula
postado em 21/12/2018 10:28
Segundo equipe econômica do GDF, contas serão entregues em absoluta normalidade

A divergência entre o futuro e atual governo do Distrito Federal sobre o estado das contas para o próximo ano ganhou mais um capítulo nesta sexta-feira (21/12). O atual chefe do Executivo local, Rodrigo Rollemberg (PSB), contestou a estimativa da equipe de transição do governador eleito Ibaneis Rocha (MDB) de que o DF teria déficit de R$ 3 bilhões para 2019. Segundo Rollemberg, situação é de absoluta normalidade e o atual governo estima que não deixará déficit orçamentário. ;Vamos deixar zero de déficit orçamentário. O orçamento de 2019 comporta todas as despesas.;
Em entrevista coletiva para tratar do tema, Rollemberg destacou que entrega o governo em situação muito diversa da que encontrou ao assumir em 2014. ;Nós assumimos o governo em um ambiente de muita tensão. Não houve pagamento de décimo terceiro e tínhamos um rombo de R$ 6,5 bilhões;, lembrou.
O governador voltou a garantir que Ibaneis assumirá o Buriti com R$ 600 milhões em conta. O valor é oriundo do Fundo Constitucional e pode ser usado para gastos com as áreas de segurança, saúde e educação. A sobra é resultado do pagamento do salário de janeiro dos servidores da segurança com recursos do Fundo Constitucional de dezembro. ;Com isso, nós acabamos com a pedalada no pagamento dos salário da segurança e isso será demonstrado pela análise das nossas contas pelo Tribunal de Contas do DF;, disse Rollemberg.
Apesar de afirmar que não haverá déficit, o atual governo deixará conta de R$ 700 milhões em restos a pagar. Segundo a equipe econômica do GDF, o valor se refere a serviços prestados em dezembro e que, pelo fluxo normal das contas, serão pagos em janeiro. ;Compromissos que serão pagos com recursos de janeiro, como é o fluxo de caixa normal de um estado;, disse Rollemberg. ;Se fosse outubro, você pagaria em novembro. Como é dezembro, se paga em janeiro;, completou o secretário de Fazenda, Wilson de Paula.
Coordenador da transição no GDF, o chefe da Casa Civil, Sérgio Sampaio, destacou que a relação entre o futuro e o atual governo durante esse período foi de transparência e cordialidade. ;Todas as informações que, por lei temos de repassar, foram prestadas, além de termos facilitado o acesso a informações adicionais. Houve a liberação de servidores que foram demandados. E não houve nenhuma solicitação que nós tivéssemos deixado sem a resposta devida.;

Divergência nos cálculos

A avaliação da equipe do futuro governo diverge dos cálculos apresentados pelo GDF. Na quinta-feira, o vice-governador eleito Paco Britto disse que análises preliminares do grupo de transição indicam déficit de ao menos R$ 3 bilhões. A estimativa apresentada por Paco leva em conta dados levantados pela equipe de transição em todas as áreas do governo. Entram na conta, por exemplo, serviços prestados ao GDF que não teriam sido pagos. ;Há prestadores, por exemplo, que não receberam ou receberam atrasados;, afirmou. Os números são preliminares e ainda não representam a posição definitiva da área da Fazenda do futuro governo. É possível, porém, no entendimento do grupo de transição, que o valor real seja mais alto.
;Nas nossas contas, vai beirar R$ 3 bilhões. Isso se não passar, porque ainda tem contas, como os precatórios, que não foram pagos e foram arrolados. Isso sem mencionar outras despesas que não foram contabilizadas;, justificou. Rollemberg, porém, apresentou certidão do Tribunal de Justiça do Distrito Federal (TJDFT) de que os precatórios de 2018 até novembro já estão quitados.
Depois da repercussão do caso, Ibaneis afirmou, na noite de quinta-feira, em reunião com empresários que não quer governar ;de olho no retrovisor;. ;Não adianta dizer que vou receber o governo com uma dívida de R$ 3 bilhões, isso só causa depressão. Se for isso, vamos transformar em progresso, pagar as contas e resolver os problemas. Nada de retrovisor;, disse. ;Não adianta fazer qualquer tipo de crítica (a governos passados), descemos do palanque. Agora é preciso governar, cuidar da esperança do povo. Não estamos aqui para falar mal de ninguém;, completou.

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