Cidades

'Fomos determinantes para eleição de Ibaneis', diz presidente do Sindepo

Comandante da entidade que representa os delegados da Polícia Civil, Rafael Sampaio espera relação melhor entre corporação e governo no novo mandato

Alexandre de Paula
postado em 31/12/2018 14:30
Rafael Sampaio, presidente do Sindepo
O presidente do Sindicato dos Delegados de Polícia Civil do DF, Rafael Sampaio, acredita que a categoria foi determinante para a eleição de Ibaneis Rocha para o Governo do Distrito Federal. ;Tivemos essa interferência porque o governo tinha problemas. Os males que afligiam a polícia não eram só da polícia. Nós tivemos coragem de expor;, disse em entrevista ao CB.Poder ; parceira do Correio com a TV Brasília ; nesta segunda-feira (31/12).
Crítica ferrenha do atual governador, Rodrigo Rollemberg (PSB), a corporação espera ter mais espaço na gestão de Ibaneis e aposta em boa relação com o novo comandante da Capital. ;Hoje estou muito convencido da amizade e da boa fé do governador e de que ele é um homem cumpridor de compromissos. Tenho confiança de que ele cumprirá o que prometeu e, assim, a relação será a melhor possível;, assegurou Sampaio.

Uma das principais promessas de Ibaneis para a Polícia Civil é a concessão da paridade do salário da corporação com o da Polícia Federal. Em entrevista ao Correio, publicada no domingo, Ibaneis disse que estuda pagar em parcelas o reajuste. Sampaio disse acreditar que o novo governador honrará o compromisso firmado em campanha.

;Os servidores da Polícia Civil, de todos os do DF, foram os que tiveram menos reajustes nos últimos anos. Temos um passivo que precisa ser revisto. Ibaneis tem essa consciência e o desejo político de resolver;, comentou. ;Obviamente como qualquer investimento, tem de se fazer uma análise para o pagamento. Nós cremos que ele apresentará a melhor proposta possível;, completou.

Rixa entre polícias Civil e Militar


Sampaio comentou as rusgas existentes entre as corporações no Distrito Federal. Na visão do presidente do Sindepo, é preciso interferência direta do governo para que a questão seja resolvida. ;Cada instituição tem suas pretensões. Quando as pretensões entram em choque, há confronto. Isso se resolve com o governo de fato interferindo na situação.;

Para ele, é fundamental que estejam claras as atribuições de cada uma das forças. ;São forças que se avizinham. Quando não se define quem deve ir até onde, isso faz com que haja esse conflito;, avaliou. Ele vê com otimismo a posição de Ibaneis de empoderar o futuro secretário de segurança, Anderson Torres, para lidar com a relação entre corporações. ;É uma pessoa que conhece a realidade da cidade e que tem condição de fazer interlocução e de concretizar sessa integração entre as forças. Já conhecíamos e temos certeza de que o trabalho será positivo para o governo.;

Desgaste com Rollemberg


A relação conturbada com o governo de Rodrigo Rollemberg, segundo Sampaio, foi resultado da falta de interlocução entre o GDF e a Polícia Civil. ;Nós nos sentimos desprestigiados com relação a muitos outros órgãos. Nós fomos colocados em segundo plano. Compromissos que não custavam nada para o governo não foram cumpridos. Esse comportamento fez com que a gente tenha uma posição mais dura.
Ele contestou ainda a redução nas estatísticas de criminalidade, defendida pelo GDF. Para Sampaio, houve, na verdade, diminuição nos registros. ;Somente em um mês, quando que houve fechamento de plantões, ocorreu uma redução de 5 mil crimes. Mas o que houve foi a redução de registros. O cidadão procura facilidade. Delegacia fechada dá a impressão de que a força não está trabalhando;, argumentou.
Sampaio comentou ainda a forte presença de forças nacionais de segurança para a posse presidencial de Jair Bolsonaro (PSL). ;A gente tem de compreender que Brasília é a capital federal. A questão da segurança nacional vai ocorrer no perímetro da Esplanada. Temos que respeitar o trabalho do Gabinete de Segurança Institucional do Governo Federal. Nós estamos muito confiantes que o trabalho está sendo feito com excelência.;
Assista à entrevista na íntegra
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