Cidades

Corpo de universitário assassinado na Rodoviária do Plano é sepultado

Velório e enterro ocorreram entre as 12h e as 16h30, no Cemitério Campo da Esperança do Gama

Danilo Queiroz - Especial para o Correio
postado em 16/01/2019 16:45

Pelo menos 100 pessoas, entre amigos e parentes, compareceram ao enterro do universitário Milton Junio Rodrigues de Souza

Sob forte comoção e um profundo silêncio, familiares e amigos velaram e enterraram o corpo de Milton Junio Rodrigues de Souza, 19 anos, na tarde desta quarta-feita (16/1), no cemitério Campo da Esperança do Gama. O jovem foi assassinado com uma facada, na madrugada de terça-feira (15/1), próximo à escada rolante da Plataforma B da Rodoviária do Plano Piloto.

Bastante emocionadas, pelo menos 100 pessoas compareceram ao local para dar o último adeus ao jovem, que era estudante do curso de ciência política na Universidade de Brasília (UnB). O velório começou por volta das 13h45, quando o corpo chegou à Capela 1 do memorial e o caixão foi sepultado às 16h30. A todo o momento, o sentimento dos presentes era de dor e revolta pelo crime.

[SAIBAMAIS]Assim que o corpo chegou ao velório, o irmão de Milton Junio, Alan Rodrigues de Souza, 21, não conseguiu controlar a emoção e precisou ser amparado por familiares e pela mãe, a manicure Vera Rodrigues, 40. Sobre o caixão, familiares e amigos colocaram uma bandeira da causa LGBT, da qual o jovem era militante. Segundo familiares de Junio, Vera perguntava pelo filho a todo momento, pedindo, inclusive, o celular para tentar conversar com o garoto.

Pedindo justiça pelo crime, Thaís Araújo, 21, prima de Junio, disse que a ficha de que o rapaz não voltará para casa com vida ainda não caiu. ;Ele era uma pessoa maravilhosa e estava sempre sorrindo. Estava sempre alegre e fazia muita palhaçada para sorrisos. Queremos que quem fez isso pague pelo crime. Mataram o Junio por causa de um isqueiro, por nada;, lamentou.

Diversos colegas de curso de Milton Junio támbem compareceram ao Cemitério do Gama para o último adeus ao jovem e lamentaram o motivo fútil que tirou a vida do estudante. ;Não tem sentido terem matado um menino tão bom dessa forma. Vou guardar muitas lembranças boas dele. Das festas que íamos juntos na UnB. Tínhamos um happy hour nas quintas-feiras e o Junio ia a vários. Ele fazia a alegria de todo mundo no curso;, contou Allysson Cesar, 20 anos.

Madrinha da mãe de Milton Junio, Aparecida de Freitas, 63 anos, disse que a morte do estudante foi como uma facada em toda a família. "Ele não misturado com nada que não prestava. Só ia em algumas festinhas, o que é natural da idade. É muito doído e tem de haver justiça. É uma perda muito grande. O irmão dele está em choque. Se não houver justiça, podemos descrer do mundo. A mãe dele está abalada demais porque também perdeu a mãe dela há pouco tempo;, contou.

Tia de Milton, Patrícia da Conceição também exigiu resposta das autoridades pelo crime. ;Queremos justiça, só pedimos isso nesse momento. A pessoa que fez isso não tem coração. A insegurança na cidade está terrível. Ele era um menino doce, que não dava trabalho para ninguém. A vida dele era a escola. Ele não era de se envolver em confusão. A família está sofrendo muito;, lamentou.

No momento da saída do caixão, a mãe de Junio voltou a chorar copiosamente, debruçando-se sobre o caixão de Milton. ;Meu filho, não. Por favor, Junio. Volta para a mamãe, meu filho. Meu menino. Me dá uma resposta, Jesus, só Senhor tem a resposta de terem matado meu filhinho.; O irmão do estudante também precisou ser amparado novamente pelos presentes e não teve condições de acompanhar o sepultamento.

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