Alan Rios
postado em 23/01/2019 12:42
Um dia depois de cumpridos os mandados de busca e apreensão na clínica onde um massagista foi acusado de abuso sexual, o estabelecimento amanheceu fechado. O local fica no primeiro andar de um prédio do Sudoeste e era frequentado por clientes de diferentes idades, geralmente de alta classe social. O investigado é um dos funcionários.
O Correio esteve no endereço nesta quarta-feira (23/1) e conversou com comerciantes e moradores, que se dividiram entre quem não conhecia as acusações e quem desacretitou. Garçons de um bar que fica embaixo do estabelecimento não notaram nada diferente.
Também não existem placas do lado de fora do prédio indicando o local. Somente uma identificação na porta da clínica. Na frente, mora uma massagista de outro estabelecimento e que conhece o acusado. A mulher não quis se identificar. "Ele é muito querido e um ótimo profissional. Eu mesma já fiz massagem com ele e não aconteceu nada", defende.
Segundo ela, muitos profissionais dessa área se relacionam com os clientes, mas tudo quando há consentimento. "Eu mesma já tive relações com quem vinha fazer massagem, ou seja, às vezes rola algo ali mesmo. Mas nunca obrigamos ninguém a fazer nada."
Relembre
A Delegacia Especial de Atendimento à Mulher (Deam) investiga um suposto massagista de 29 anos que teria assediado sexualmente mais de 50 vítimas. Até agora, sete pessoas foram ouvidas e relataram que ele tocava nas partes íntimas delas durante o atendimento, induzindo-as a acreditar que isso fazia parte do procedimento.
Após as denúncias, as vítimas criaram um canal de comunicação pelo Instagram, em que falavam com outras clientes do suspeito. No total, outras 47 mulheres relataram serem vítimas do massagista. Elas serão encaminhadas à Deam.